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Os avicultores e suinocultores integrados da Chapecó Alimentos estão enfrentando uma crise similar à ocorrida no final da década de 90, quando a empresa acabou falindo e foi vendida para o grupo argentino Macri. Milhares de aves estão morrendo e chegam a praticar atos de canibalismo por falta de ração.
O avicultor Nivaldo Bianchi recolheu 370 frangos que morreram na quarta-feira. Na quinta-feira, dia 7, o número de mortos foi ainda superior. Ele acredita que vai perder a metade dos 24 mil frangos se não chegar ração entre sexta e sábado. Ele tinha solicitado entrega para quarta-feira da semana passada, mas até o início da tarde de quinta não tinha sido atendido.
A última vez que seus frangos comeram ração foi no sábado, quando conseguiu 1,5 mil quilos emprestado. Mas o volume era suficiente apenas para um dia. Os animais estão com 23 dias e neste período recebeu apenas duas entregas de ração. Os frangos tentam bicar os pés de quem se aproxima e praticam atos de canibalismo. Ele afirmou que liga todo o dia para a empresa, mas a informação que recebe é que não há ração suficiente. Ele acredita que a crise foi ocasionada pelo preço alto do milho e a falta de capital de giro da Chapecó Alimentos.
O presidente do Sindicato dos Criadores de Aves de Santa Catarina (Sincravesc), Valdemar Kovaleski, disse que cerca de mil avicultores da região que são integrados da Chapecó Alimentos estão enfrentando a falta de ração. Kovaleski disse que, além dos prejuízos, os criadores não têm onde colocar tantas aves mortas, o que pode gerar até um problema sanitário. No entanto, o abate na unidade de Xaxim continua de 310 mil aves por dia.
Vários fornecedores e integrados da Chapecó Alimentos também estão reclamando do atraso no pagamento. Amadeu Kovaleski, estima que 100 avicultores estão com o pagamento da entrega atrasado desde 26 de outubro. Kovaleski avalia que o pior não é a falta de ração e o atraso no pagamento, mas sim a insegurança dos integrados em relação ao futuro da empresa, pois já existe um precedente de prejuízos ocorridos no final da década de 90.
O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos, Paulo Tramontini, também tem recebido reclamações de suinocultores com relação a atrasos no pagamento. A Cooperativa Agropecuária de Alimentos (Coopersui), que fornece leitões e suínos para a Chapecó Alimentos, informou que tem para receber cerca de R$ 450 mil da agroindústria e outros R$ 200 mil de produtores integrados.
O presidente da cooperativa, José Walter, disse que a situação é crítica, pois a inadimplência está deixando os suinocultores sem capital de giro para comprar ração. Somente a Coopersui tem 130 integrados nos municípios de Seara, Itá e Xavantina, com um plantel superior a 15 mil suínos.
As informações são do Diário Catarinense.
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