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 | 05/11/2002 07h03min

Efeito cambial detona onda de aumentos

Perspectiva de alta acumulada superior a 10% poderia trazer de volta a indexação

A nova onda de aumento de preços, provocada pela disparada do dólar, começa a preocupar. O temor é de um estímulo à indexação, que funciona como uma espécie de corrente de repasses de custos. Depois do Real, o mecanismo estava restrito a alguns serviços e preços administrados – energia elétrica, telefonia e combustíveis.

O supervisor-técnico do Departamento de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), Ricardo Franzói, afirma que se os índices de preços acumularem uma alta superior a 10% aumenta o perigo das remarcações generalizadas. Esse risco, contudo, está menor porque o dólar engatilhou uma trajetória de baixa nas últimas semanas, e há expectativa de que as cotações caiam até o final do ano. O economista Sérgio Werlang, ex-diretor do Banco Central e responsável pela implantação do sistema de metas de inflação, concorda que não há risco de reindexação se os índices se mantiverem abaixo de 10% ao ano.

O Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), que detecta bem a variação cambial, chegou a 3,87% em outubro, a maior taxa desde agosto de 1994. Por causa disso, é a mais nova estrela do mercado financeiro – que se apressa em lançar produtos com remuneração pelo indicador e deflagrou nova queda-de-braço entre comércio e indústria em torno do repasse dos preços.

 

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