| 06/06/2007 22h26min
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo do Senado Federal ouvirá na terça os depoimentos de dois especialistas em tráfego aéreo, Oziris Silva e o comandante Jefferson Vaz de Oliveira, além o diretor-presidente da empresa Atec, que desenvolveu o sistema de controle, Cláudio Canvas.
Os depoimentos marcarão o início da segunda fase dos trabalhos da CPI, após a aprovação, nesta quarta-feira, do relatório com as causas do acidente entre um jato Legacy e um Boeing da Gol, que matou 154 pessoas no dia 29 de setembro do ano passado.
Para o relator, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), a CPI "vai concluir, a partir de agora, as questões do sistema aéreo, as causas do apagão – vamos entrar fundo na coordenação do sistema". Em uma terceira fase, informou, vai investigar as denúncias de irregularidades e desvio de dinheiro na Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero).
O Tribunal de Contas da União, em seu relatório, lembrou o senador, "diz que o nosso sistema de controle não é bom e não há conversa efetiva entre os diversos níveis – Infraero, Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Comando da Aeronáutica e Ministério da Defesa".
Segundo Demóstenes Torres, a investigação sobre o acidente mostrou que "o sistema precisa ser coordenado, é falho, tem um número inferior de controladores de vôo, a questão salarial tem que ser resolvida e a questão da militarização ou não precisa ser bem resolvida". Ele ressaltou que "os controladores estão trabalhando de forma insatisfeita e isso pode ser causa também para que esse apagão dure por muito tempo".
O presidente da Comissão, senador Tião Viana (PT-AC), informou que o trabalho agora será de "apuração da crise do sistema aéreo, se há instabilidade na atividade, qual a necessidade de valorização salarial e condições de trabalho, se o sistema é ou não confiável e também a apuração na Infraero, para ver se houve desvios".
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