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 | 28/04/2007 16h47min

Líderes da oposição se esquivam de CPIs do Apagão Aéreo

Tucanos e democratas temem que administrações sejam abaladas

Duas CPIs, uma na Câmara e outra no Senado, para investigar o caos no sistema aéreo do país estão prontas para serem instaladas no Congresso. Mas a missão, antes motivo de aguerrida disputa para brilhar sob os holofotes da mídia, desta vez não tem atraído as estrelas dos partidos de oposição. Nos bastidores, líderes do PSDB e do Democratas não estão apostando em frutos políticos nas investigações. Pelo contrário, há receios de que possam remexer em pontos vulneráveis de administrações tucanas e democratas país afora.

O medo de que a CPI seja um fiasco afastou os parlamentares que atuaram no escândalo do mensalão. As tropas de choque, dos dois lados, serão formadas, em sua maioria, por novatos e inexperientes deputados e senadores.

O problema desta CPI pode ser a investigação de denúncias de corrupção na Infraero, que fez obras em aeroportos de quase todos os Estados. Se fala até em abandono desse braço da investigação. Parlamentares tucanos admitem que participar dessa CPI pode ser um problema.

Para os governistas, o fiasco que se anuncia é perigoso até para o instituto das CPIs, que pode ficar desmoralizado.

– Os pitbulls e estrelas da oposição querem distância dessa CPI porque sabem que ela será um desastre. Não querem se queimar, porque a sociedade vai cobrar solução para o apagão aéreo e isso só o governo pode resolver – avalia o líder do PR, deputado Luciano de Castro (RR).

No Democratas, os líderes acham que o partido terá de segurar a bomba sozinho. ACM Neto (BA) confidenciou a amigos que não quer se queimar ou ficar conhecido como deputado de CPI. Recusou o convite para ser titular. A ampliação do aeroporto Luís Eduardo Magalhães, em Salvador, no governo FH, foi uma das maiores obras da Infraero e alvo de investigações do Tribunal de Contas da União.

O governo tem maioria folgada e vai fazer o que quiser na Câmara. A proporção é de 16 governistas para oito membros da oposição.

ZERO HORA
 

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