O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim divulgou uma nota informando sua desistência da disputa pela presidência do PMDB. Ele competia com o atual presidente, Michel Temer. A eleição estava marcada para o próximo domingo.

Para Jobim, ficou evidente que o governo Lula prefere a reeleição de Temer para o cargo (confira o comunicado do político abaixo). Para o grupo de Jobim, a preferência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou evidente a partir do encontro desta segunda-feira com o deputado Geddel Vieira Lima (BA), que deverá ser confirmado no Ministério da Integração Nacional, como quer o PMDB da Câmara, comandado por Temer.

Segundo o Blog do Noblat, Jobim e os que o apóiam – entre eles, os senadores Renan Calheiros e José Sarney – sentiram-se traídos pelo presidente Lula. Afinal, Jobim só se lançou candidato à presidência do PMDB depois de se certificar de que contaria com o apoio discreto do presidente.

Ontem, ao comentar o pedido de impugnação de sua candidatura, Jobim disse que "não desistiria em hipótese alguma" e aproveitou para provocar seus adversários no partido:

– Quem protesta é porque está perdendo. Todos os vícios apresentados são sanáveis. Política a gente ganha no voto. Quem entra com medidas jurídicas é porque está com medo de perder. Eu não desistirei em hipótese alguma. Minha candidatura está posta – disse Jobim, na ocasião.

Temer, por sua vez, fez um gesto político de conciliação e não aceitou pedido do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para que a chapa de Jobim fosse impugnada.

A nota de Jobim:

Os acontecimentos das últimas horas enunciam opção objetiva do governo quanto à disputa no PMDB. Diante disso resta-me afastar-me em definitivo da contenda.

Brasília, 6 de março de 2007

Nelson Jobim.