| 13/02/2007 08h53min
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jobim disse que esta é uma fase propícia para se candidatar à Presidência do PMDB. Em entrevista à Rádio Gaúcha, Jobim afirmou que foi procurado pelo senador Pedro Simon e outros políticos que apóiam sua candidatura. Jobim declarou que está na hora de o PMDB ter um plano nacional e um candidato à Presidência da República.
Para Jobim, o PMDB não deve ter apenas uma perspectiva regional, mas também nacional, com uma linha político-partidária não só de alinhamento a governos. Jobim ainda criticou a postura do partido com relação ao governo Lula afirmando que é preciso uma coalizão com o presidente, mas sem que o partido tenha que referendar decisões das quais a legenda não participa. – Hoje o PMDB, em termos de votos totais nominais, está em segundo lugar. São 13,5 milhões, ou 14,4% do total de votos nacionais. Na Câmara, o PMDB é o maior partido. E é o maior partido em termos de governadores de Estados. Isto é importante. Estamos sem candidato à Presidência da República e sem postura de ação nacional há algum tempo. Desde as eleições de Fernando Henrique estamos afastados da disputa e atrelados a alguma coisa. Estávamos atrelados ao PSDB e, agora, ao PT. Temos que ter coalizão ao governo federal, mas sem que tenhamos que referendar decisões das quais não participamos –, declarou. Jobim ressaltou que, quando houver processos decisórios importantes, o partido deverá ser ouvido antes. Para ele, os planos tem que ser debatidos com o partido. Jobim citou os casos do Plano de Aceleração de Crescimento (PAC) e outras decisões econômicas que hoje são apenas referendadas pelo PMDB. A disputa entre Jobim e o atual presidente do PMDB, o deputado Michel Temer (SP), já provocou um racha nos diretórios mais importantes da legenda. Temer tem vantagem nos maiores colégios eleitorais do PMDB, mas Jobim também conta com apoios de peso, como o de quatro dos sete governadores do partido: Eduardo Braga (AM), Paulo Hartung (ES), Roberto Requião (PR) e Marcelo Miranda (TO), que usualmente definem os votos dos filiados nos seus respectivos Estados. Jobim ainda conta com outros dois apoios de peso no partido: os senadores Renan Calheiros (AL), presidente do Senado, e o ex-presidente da República José Sarney (AP), que influenciam os votos nos seus respectivos diretórios regionais. Sobre a redução da maioridade penal, Jobim disse que sempre foi contrário. – Não funciona na estrutura carcerária que temos. Quando se fala em redução da maioridade penal neste caso único (morte de João Hélio) fala-se em vingança, mas não em eficácia em relação ao combate ao crime. RÁDIO GAÚCHAGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2024 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.