O financiamento e o crescente aumento do custo dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, foram fortemente criticados num relatório feito por um grupo de deputados de vários partidos. A informação foi divulgada nesta terça pela imprensa britânica.

Um comitê de cultura, esporte e imprensa da Câmara dos Comuns publicará amanhã o documento, que questiona duramente o Ministério da Economia britânico pela forma como está financiando a Olimpíada. O aumento dos custos do evento, o legado que deixará e efeitos do financiamento dos Jogos Olímpicos através de fundos procedentes da loteria nacional são tópicos discutidos no relatório.

O documento questiona, por exemplo, por que os custos do projeto olímpico subiram 40% no último um ano e meio, desde que Londres obteve a candidatura a ser sede. Além disso, o grupo de deputados se pergunta até quando irá aumentar o orçamento destinado ao evento. Faltando exatamente 2012 dias para a cerimônia de abertura, essa é uma das questões que mais preocupam este grupo de parlamentares. Segundo a BBC, o aumento dos custos não havia sido antecipado quando foi apresentada a proposta olímpica de Londres.

Quanto à questão do legado olímpico, os deputados acham, ao contrário das promessas feitas pelo presidente do comitê organizador, Sebastian Coe, que nenhuma edição dos Jogos passada deixou qualquer tipo de legado permanente. Além disso, este grupo de políticos não aprova a utilização de dinheiro procedente da loteria dentro do financiamento do evento.

Sobre este assunto, Coe disse hoje à BBC que a decisão sobre quem deve pagar qualquer excesso de custos é um tema que deve ser resolvido pelo governo, e não pelo comitê organizador.

– Nós sabemos exatamente qual é nosso orçamento. Temos € 2,9 bilhões e arrecadamos nosso dinheiro do setor privado. Este é o custo da organização dos Jogos – afirmou.

O relatório questiona quem custeia o evento, a cargo principalmente de fundos procedentes da loteria e dos contribuintes nos diferentes municípios de Londres.

Os fundos da loteria somam € 2,175 bilhões e os contribuintes pagam outros € 906 milhões, enquanto o governo apenas se ocupa de repassar uma quantia de € 362 milhões através da London Development Authority. No entanto, alguns temem que o Ministério da Economia deveria reduzir a contribuição em caso de excessos nos gastos.

AGÊNCIA EFE