| 15/12/2006 18h43min
O delegado Ramon da Silva Almeida, responsável pelo inquérito sobre o acidente com o avião da Gol, rebateu hoje as afirmações dos pilotos Joseph Lepore e Jan Paul Paladino, que disseram à uma rede de televisão norte-americana terem sido acusados injustamente no Brasil. No dia 8 de dezembro os dois foram indiciados pelo crime de expor a perigo embarcação ou aeronave culposamente (sem intenção), agravado pela morte dos passageiros do Boeing da Gol.
– Eles estão cumprindo seu papel de se defender. Mas temos elementos objetivos de que os dois adotaram uma conduta que contribuiu para o acidente – afirmou o delegado.
Segundo Ramon Almeida, os pilotos foram negligentes na observância do funcionamento dos instrumentos de vôo. O delegado diz que formou a convicção a partir do cruzamento dos dados do sistema de monitoramento de vôo com os registros de voz da caixa-preta do Legacy que pilotavam.
– Nenhuma conclusão foi tomada com base em uma única palavra ou em elementos frágeis. As evidências surgiram a partir de um intenso cruzamento de informações – explicou.
Sobre o fato de os pilotos dizerem que tinham autorização para voar a 37 mil pés, Ramon Almeida afirmou que as dúvidas sobre a altitude correta do jatinho serão o foco principal da próxima etapa das investigações, cujo pedido de prorrogação está sendo avaliado pela Justiça Federal de Sinop, no norte de Mato Grosso.
O delegado também justificou a necessidade de se manter Lepore e Paladino no país por cerca de 70 dias, outro ponto lembrado pelos dois na entrevista.
– Foi uma determinação judicial de acordo com o ordenamento jurídico brasileiro. A permanência deles naquele momento era necessária para o perfeito andamento das investigações – explicou.
O delegado afirmou ainda que, em nenhum momento, o trabalho da Polícia Federal foi influenciado pela nacionalidade dos dois.
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