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 | 07/12/2006 17h05min

Diminuem atrasos nos vôos em aeroportos brasileiros

Maiores problemas ocorreram em Congonhas, São Paulo

Os aeroportos brasileiros registraram hoje atrasos na saída e chegada de vôos pelo terceiro dia consecutivo devido a uma falha no sistema de comunicações, embora o caos do começo da semana não tenha se repetido, informaram autoridades. Os maiores problemas de hoje ocorreram no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, o mais movimentado do país, onde pelo menos 24 vôos não cumpriram o horário previsto.

Em Brasília, cerca de dez vôos atrasaram. No aeroporto internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, vinte vôos sofreram atrasos de manhã, enquanto um total de 23 foram cancelados em todo o país.

As autoridades informaram que os atrasos de hoje foram conseqüência do caos da véspera, quando 436 dos 1.184 vôos programados no país não cumpriram o horário previsto e 122 foram cancelados. O presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, afirmou que o problema era menor hoje, mas que ainda havia reflexos do caos da véspera.

A nova onda de problemas nos aeroportos brasileiros começou na terça-feira e se agravou no dia seguinte devido a uma falha nos equipamentos de rádio que fazem a comunicação entre os aviões e o Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (Cindacta I), com sede em Brasília.

O governo, que há mais de dois meses enfrenta pressões dos controladores de vôo, que exigem reajuste salarial e melhores condições de trabalho, descartou a possibilidade de que o problema tenha sido causado por sabotagem.

– Não acredito que pareça ser algo como uma ação indevida, acho que foi mais uma falha humana – disse a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, chefe do "gabinete de crise" criado na quarta-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para evitar que o caos nos aeroportos se generalize nos feriados de fim de ano.

A crise no sistema aéreo nacional foi deflagrada em 29 de setembro após o acidente em que um Boeing 737-800 da companhia aérea Gol e um avião executivo Legacy se chocaram e que matou 154 pessoas. O desastre aparentemente foi causado por falhas na comunicação do Legacy com os controladores em terra, que depois da tragédia denunciaram que são mal pagos e cumprem uma carga de trabalho superior à recomendada pelas normas internacionais.

Em outubro e novembro, os controladores decidiram seguir ao pé da letra as regras internacionais sobre tráfego aéreo, o que durante vários dias provocou o caos nos aeroportos do país, e chegaram a ser registrados atrasos de até doze horas nos vôos. A crise trouxe à tona as deficiências do controle de tráfego aéreo do país e desde então a imprensa denunciou numerosos casos de aviões que estiveram a ponto de se chocar em pleno vôo.

No aeroporto Tom Jobim, um Airbus A320 da TAM interrompeu hoje bruscamente a manobra de decolagem no momento de máxima aceleração por problemas de comunicação com o Santos Dumont.

– Tivemos que interromper a decolagem devido à falta de coordenação entre a torre de controle do Galeão e a do Santos Dumont, que causou um conflito de tráfego – disse o piloto aos passageiros.

Minutos depois, a aeronave decolou sem problemas e, duas horas depois, aterrissou normalmente em Salvador.

Os controladores denunciaram também que há "buracos negros" no espaço aéreo brasileiro, nos quais os aviões ficam por alguns minutos fora do alcance dos radares e as condições de comunicação por rádio são péssimas.

AGÊNCIA EFE
 

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