| 04/12/2006 23h24min
O governo venezuelano anunciou nesta segunda-feira disposição de dialogar com os Estados Unidos "com base no respeito" a fim de melhorar as complicadas relações bilaterais. O anúncio ocorreu um dia depois da reeleição do presidente Hugo Chávez. O ministro de Relações Exteriores venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou que Chávez "sempre esteve disposto a dialogar com base no respeito" e deu passos para estabelecer uma boa relação com o governo americano, mas que esses esforços foram rejeitados.
"A elite dos Estados Unidos terá que reconhecer a força da revolução bolivariana e da liderança do presidente Chávez, e a situação das novas lideranças da América Latina", acrescentou Maduro, segundo um comunicado da Chancelaria.
Chávez foi reeleito com cerca de 61% dos votos no domingo. A sua vitória foi reconhecida imediatamente pelo principal candidato de oposição, o governador Manuel Rosales.
A administração americana parabenizou hoje o povo venezuelano pelas eleições do domingo e disse que espera poder ter uma relação positiva e construtiva com o governo da Venezuela.
– Os EUA buscarão oportunidades para trabalhar mais estreitamente com o governo venezuelano – disse o porta-voz do Departamento de Estado, Sean McCormack, admitindo que são bem conhecidos os atritos em alguns assuntos.
Chávez, que já chamou o presidente americano, George W. Bush, de diabo e genocida, disse no domingo que vê bons sinais nas recentes declarações de porta-vozes dos EUA sobre a Venezuela e outros países latino-americanos com governos de esquerda. Ele citou afirmações do subsecretário de Estado para a América Latina, Thomas Shannon, aparentemente reconhecendo que a Venezuela funciona num regime democrático.
– Um porta-voz de Washington reconhece que estamos na democracia e que as instituições democráticas funcionam – comemorou.
Chávez afirmou que está disposto a responder também de maneira positiva e que para a Venezuela "todos os países merecem respeito e com todos é preciso ter boas relações, inclusive com os EUA". As relações diplomáticas entre os dois países têm sido marcadas por constantes acusações mútuas. Os EUA são criticados pela política "imperialista e intervencionista" e respondem acusando "intenções totalitárias" e espírito "antiamericano" na Venezuela.
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