| 30/11/2006 22h21min
As atividades da dissidência interna de Cuba aumentaram apesar da repressão do governo e só entre 2005 e 2006 foram realizadas mais de 3 mil ações de resistência cívica, segundo um grupo do exílio em Miami (EUA). Orlando Gutiérrez, secretário nacional do Diretório Democrático Cubano, disse nesta quinta-feira que vê relação entre um regime que está se deteriorando e o descontentamento do povo.
– Pouco a pouco as pessoas estão perdendo o medo e começando a agir – disse.
Os opositores aumentaram os protestos nas ruas, a colocar cartazes contra o governo, a realizar vigílias, a fazer jejuns e outros tipos de manifestações pacíficas, de acordo com o relatório Passos para a liberdade. O relatório, compilado pelo Diretório Democrático Cubano e o Centro de Estudos para uma Opção Nacional, é apresentado anualmente desde 1998 e documenta o crescimento da ação cívica na ilha caribenha.
Gutiérrez afirmou que as ações da dissidência indicam que o povo
cubano quer uma mudança e que a transição
temporário do poder de Fidel Castro para seu irmão Raúl não reflete a vontade dos cubanos. O ativista disse que, desde 1997, quando se começou a analisar as ações de resistência cívica, aumentaram significativamente as iniciativas dentro de Cuba.
Segundo ele, entre 2005 e 2006 o povo cubano protagonizou 3.322 ações de resistência cívica, em comparação às 44 de 1997.
– O mundo conhece a repressão sistemática que existe na ilha, mas talvez desconheça que a raiz desta repressão é a resistência cívica não violenta que existe em Cuba e a ação das organizações independentes que dentro do país abrem espaços de liberdade – declarou Gutiérrez.
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