Um relatório preliminar da Aeronáutica sobre o acidente entre o Boeing da Gol e o jatinho Legacy, ocorrido no dia 29 de setembro, em que 154 pessoas morreram, não aponta apenas um culpado pela colisão, mas sim uma série de fatores que levaram à tragédia, segundo o Jornal Nacional. O documento só será divulgado oficialmente na próxima quinta.

De acordo com o programa da TV Globo, o relatório aponta contradição entre o plano de vôo do Legacy e a rota realmente percorrida pela aeronave. O jatinho deveria voar a 37 mil pés de São José dos Campos (SP) até Brasília, quando teria de descer para 36 mil pés. Cerca de 500 quilômetros adiante precisaria subir para 38 mil pés. O legacy trafegou o tempo todo a 37 mil pés, mesma altitude do Boeing da Gol.

Ainda conforme o Jornal Nacional, o relatório também mostra que por meia hora, ao passar por Brasília, o Legacy ficou sem nenhuma comunicação com a torres de controle. Nesse período, os controladores teriam tentado fazer contato com o jatinho sete vezes. Os investigadores também afirmam que, nesse período, os pilotos norte-americanos não fizeram nenhuma manobra arriscada e que toda a trajetória do vôo foi linear.

O documento parcial também vai dizer que não havia excesso de tráfego no dia do acidente e que cada controlador cuidava de três a cinco aviões. O máximo permitido é 14. Os peritos também descartam no relatório a possibilidade da área do acidente apresentar zonas de sombra de comunicação.