Em entrevista à Rede Bandeirantes, ao vivo, o presidente reeleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o Brasil precisa crescer, ao menos, 5% ao ano – índice bem superior aos 2,5% registrados nos últimos anos. Para o presidente, as bases para esse crescimento já existem. Ele afirmou que os juros continuarão caindo no país.

Sobre as eleições, Lula considerou positivo para o Brasil a realização do segundo turno.

– Algumas pessoas do partido deram mais trabalho botando os pés pelas mãos – criticou Lula, ao se referir a petistas que se envolveram na tentativa de compra do Dossiê Cuiabá. Ele disse que a campanha ocorria com tranqüilidade na época do escândalo.

Lula descartou a saída de Guido Mantega do Ministério da Fazenda, a exemplo do que havia feito em entrevista anterior. Ele afirmou que não gosta de especulações e que só ele divulgará o futuro ministério até 1º de janeiro.

– Podem ou não ser os mesmos – disse em relação aos atuais titulares das pastas.

Na semana que vem, disse Lula, ele deverá promover um almoço com os governadores eleitos. Segundo Lula, ele não tem relação próxima apenas com Yeda Crusius, que conquistou o governo gaúcho neste domingo. Mostrou disposição de tratar todos os chefes do Executivo do mesmo modo, independente de partido político.

Aliás, sobre a oposição, Lula demonstrou disposição para o diálogo, mas afirmou que não iria procurar líderes de outros partidos. Segundo ele, será necessário aprovar no Congresso projetos importantes como a reforma política, o Fundo Nacional de Educação Fundamental (Fundef) e a lei geral de micro e pequenas empresas – os mesmos temas que já havia destacado na entrevista à Record.

Sobre a declaração do ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, de que havia acabado a "Era Palocci", o presidente brincou:

– Foi uma produção independente.

Depois, o petista disse que foi a gestão de Palocci à frente do Ministério da Fazenda a responsável pela política econômica que garantirá maior crescimento do Brasil a partir de agora, segundo suas projeções. E completou afirmando que todas as decisões sobre o tema passam por ele.

Bem-humorado, o presidente afirmou que deve descansar entre esta quinta-feira e o próximo domingo:

– Tava até pensando em ir pra praia, mas agora tou vendo que vai chover – disse ao jornalista Francklin Martins.