| 29/10/2006 20h41min
Contrariando a orientação partidária, o candidato derrotado do PDT à Presidência, senador Cristovam Buarque (DF), abriu o voto e declarou apoio ao candidato tucano Geraldo Alckmin. Ele negou que tenha agido movido por mágoa do presidente e candidato à reeleição Luiz Inácio Lula da Silva, que o demitiu do Ministério da Educação por telefone, em janeiro de 2004.
– Cumpri a determinação do meu partido de não fazer campanha, não ir para palanque, não aparecer na tevê. Mas o voto eu não tinha o direito de esconder do povo. Quem tem direito a dizer que voto é secreto é o eleitor comum. Mas quem foi candidato a presidente, é senador, tem liderança, não pode se esconder – disse o ex-ministro.
Cristovam declarou apoio a Alckmin após votar numa escola em Brasília:
– Votei na alternância. As duas propostas são muito parecidas. Mas creio que a alternância é positiva para a democracia. Sempre fui contra a reeleição – afirmou ele, que tentou se reeleger governador do Distrito Federal em 1998, sem sucesso.
Indagado sobre o episódio de sua demissão do MEC, quando estava em Portugal e recebeu um telefonema de Lula, Cristovam negou que tenha agido agora por ressentimento:
– Não. O que tem a ver uma coisa com a outra? Defendo com clareza: o Alckmin traz a alternância e o Lula não. Essa balançada (a vitória de Alckmin) seria positiva.
Apesar do apoio ao tucano, o senador deixou claro que é contrário a um eventual terceiro turno, ou seja, a disposição de setores da oposição de tirar Lula da Presidência na Justiça, caso seja comprovado o seu envolvimento em fraudes eleitorais.
– Não defendo o terceiro turno, como não defendo o terceiro mandato – disse Cristovam, referindo-se ao temor de que Lula proponha alterações na Constituição para permitir uma nova reeleição.
Confira a apuração completa
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