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 | 29/10/2006 19h40min

Cidade natal de Lula, Garanhuns comemora reeleição

Presidente obteve 90,11% dos votos do município

Para a maioria dos eleitores de Garanhuns, no agreste pernambucano, a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o filho mais nobre da cidade, não surpreendeu. Afinal, no primeiro turno, ele obteve 85,3% dos votos válidos entre os 77.949 eleitores locais. No segundo turno o presidente conquistou 90,11% dos votos, contra 9,89% de Alckmin.

No conceito defendido pelo empresário José Moura de Mello, 53 anos, primo em segundo grau do presidente, os responsáveis por esse desempenho são os “lulistas” que, como ele, colocam o futuro do país nas mãos do ex-torneiro mecânico que se transformou, pela segunda vez, no homem mais poderoso da nação. Embora  filiado ao PT, Mello se diz muito mais “lulista” do que petista.

– Tem muita gente petista que não aceita Lula. Aqui mesmo (em Garanhuns) quiseram me expulsar do partido porque eu era rico. O PT daqui acha que você só pode ser petista se você for peão – critica o empresário, que atua no ramo da construção civil e se considera, além de parente, amigo do presidente.

O petismo radical, na opinião do primo “rico” de Lula, é o responsável pelo fracasso nas urnas do candidato do partido à prefeitura de Garanhuns, Alexandre Bezerra, terceiro colocado nas eleições 2004.

Na cidade de 125 mil habitantes e 472 quilômetros quadrados de área, muita gente gosta de se declarar primo do presidente, mas nem todos são capazes de comprovar as ligações de sangue com Lula.

– Já desmascarei muito vigarista – garante o primo Mello.

Entre os poucos parentes diretos que ainda residem na região está a aposentada Corina Guilhermina da Silva, de 77 anos, tia do presidente. Ela reside no interior de Caetés, um ex-distrito de Garanhuns distante 20 quilômetros do município, bem perto do casebre onde a família Silva morava antes de partir rumo a São Paulo há 54 anos, numa viagem de 13 dias a bordo de um caminhão do tipo pau-de-arara.

– A coitada (a mãe de Lula, Eurídice, já falecida) trabalhava, a lavoura tava grande, tinha um fazendeiro lá, o gado dele se soltava e amanhecia a roça “pelada”. Os bichos comiam tudo. Aí ela foi levando, foi levando, e acabaram indo embora para São Paulo – lembra a aposentada.

Embora reze todos os dias pelo sobrinho para que Nossa Senhora Aparecida “tome conta” dele, dona Corina cobra uma promessa que teria sido feita por Lula através de Vavá, irmão do presidente, durante uma visita feita à casa da aposentada há cerca de um ano e meio: a reforma da residência.

– Eu acho que o Lula poderia me ajudar. Eu quero uma casa. Ele já ganhou quatro anos e eu dei um desconto. Agora, com quatro anos mais “pra frente”, será possível que ele não vai me dar uma casa? – pergunta a tia de Lula, que não compareceu para votar devido a problemas de saúde.

GIOVANI GRIZOTTI

 

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