| 23/10/2006 21h19min
O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, afirmou hoje, depois da cerimônia de comemoração do Centenário do Vôo do 14-Bis, que houve uma sucessão de erros que culminaram no acidente com entre o Boeing 737-800 da Gol e o Legacy. Ele enfatizou que é pouco provável que tenham ocorrido falhas em equipamentos e que se o transponder do Legacy estivesse em funcionamento o acidente teria sido evitado.
Para Pereira, podem ter ocorrido erros dos pilotos do Legacy, do controle e de interpretações erradas das regras de vôo.
– Pelo que sabemos até agora, em nenhum momento se comentou em pane material em nenhum dos dois aviões, nem nos radares terrestre. Eram aviões novos, com sistemas modernos. É muito difícil um transponder dar pane, é um equipamento muito seguro. Se o transponder tivesse acionado, aquele acidente não teria acontecido – disse.
Pereira descartou a possibilidade dos pilotos do Legacy terem confundido a expressão dos controladores "vigilância de radar" com "vetoração de radar", quando o piloto segue somente orientação dos controladores para voar, sem tomar iniciativa própria, o que raramente acontece.
– A expressão vigilância de radar, no mundo todo, significa que a aeronave está sob vigilância, mas a tripulação do avião continua sendo responsável pela navegação do avião. Inclusive na preservação de altitude e rota – explicou, acrescentando que a vetoração radar não acontece a 36 mil pés, altitude em que voava o Legacy.
O presidente da Infraero disse ainda que é pouco provável que tenha havido dificuldades com a língua inglesa na comunicação entre controladores e piloto do Legacy.
– O inglês é a língua universal da aviação. Não era um diálogo complexo, não havia uma emergência iminente, não havia necessidade de fugir da padronização. O linguajar de aviação é muito padronizado. Os controladores sempre usam a mesma expressão – afirmou.
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