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 | 20/10/2006 16h59min

CPI recebe relatório preliminar da PF sobre o dossiê

Trabalho contém resultado da investigação das quebras de sigilo telefônico

Já está com a CPI das Sanguessugas o relatório preliminar elaborado pelo delegado da Polícia Federal de Mato Grosso Diógenes Curado sobre a tentativa de compra do dossiê contra o PSDB por petistas. O relatório contém 12 depoimentos tomados até agora e o resultado da investigação das quebras de sigilo telefônico dos envolvidos.

A PF teve acesso, por decisão judicial, a mais de 700 cadastros telefônicos dos envolvidos. Após a análise desses cadastros, a polícia chegou a um novo nome, além dos sete ligados ao PT que já estão sendo investigados. Para manter o sigilo da investigação, a PF se limitou a dizer que se trata de alguém muito conhecido, mas está sendo averiguada a participação do ex-chefe da Casa Civil José Dirceu no esquema.

O vice-presidente da CPI das Sanguessugas, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), passa este fim de semana analisando o relatório. Ele retorna neste sábado a Brasília. No momento, está em viagem oficial ao Uruguai.

Jungmann defende que seja dada uma satisfação ao eleitor brasileiro sobre o caso do dossiê antes das eleições. Além disso, lembrou que o prazo de funcionamento da comissão termina em dezembro.

– Estamos correndo contra o tempo – afirmou.

Ele disse também que os documentos da PF servem para orientar o trabalho da CPI na coleta de provas, inclusive testemunhais (por meio de depoimentos). O delegado Diógenes Curado afirmou ao deputado que a origem do dinheiro, que seria usado por petistas para comprar o documento contra tucanos, pode ser determinada antes do segundo turno. A conclusão do inquérito, no entanto, ainda pode demorar. Curado apresentou, junto com o relatório parcial, um pedido de prorrogação da investigação por mais 30 dias.

Os governistas, por sua vez, insistem na convocação do empresário Abel Pereira, acusado de ter se beneficiado com o esquema de superfaturamento de ambulâncias durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. O líder do PT na Câmara, deputado Henrique Fontana, acusa a CPI de ser parcial nas investigações sobre o caso do dossiê.

– Ao deixar de convocar Abel Pereira, a comissão assumiu uma postura de defesa de uma das candidaturas, porque Abel Pereira é a parte do PSDB na máfia das ambulâncias. Eu pergunto: onde está Abel Pereira? Quem sabe qual do paradeiro de Abel Pereira? Ele tem muito a falar à CPI. Ele foi o operador financeiro do período em que 70% das ambulâncias superfaturadas foram entregues. Ele conhece uma rede de propinas enorme – afirmou o líder petista.

Abel Pereira vai prestar depoimento à Polícia Federal nesta segunda-feira. A situação dele se complicou após o depoimento de Ronildo Medeiros, integrante da máfia das ambulâncias, que disse ter pago a ele um percentual de cada ambulância vendida pelo esquema.

O requerimento de convocação de Abel Pereira pela CPI das Sanguessugas não foi aprovado na última reunião administrativa, e a Comissão só deve se reunir novamente no dia 31 de outubro, após o segundo turno das eleições.

AGÊNCIA CÂMARA
 

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