O auto da acareação entre o ex-policial federal Gedimar Passos e o ex-assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Freud Godoy, revela um novo detalhe na investigação da tentativa de compra de um dossiê contra candidatos tucanos. Ao contrário do que havia sido divulgado inicialmente, Gedimar manteve, diante de Freud, a acusação de que foi o ex-assessor quem lhe deu a missão de pagar R$ 1,7 milhão à família Vedoin em troca dos documentos, segundo reportagem da edição desta sexta-feira do jornal O Globo.

A acareação foi feita no dia 18 de setembro, três dias após a prisão de Gedimar no Hotel Ibis, em São Paulo, com o dinheiro que seria utilizado na compra do dossiê. Naquele dia, o advogado de Freud, Augusto Arruda Botelho, disse à imprensa que Gedimar permanecera em silêncio na acareação. Mas o auto mostra textualmente que Gedimar, indagado sobre quem lhe deu a missão de realizar o pagamento aos emissários dos Vedoin, disse que foi a mando de uma pessoa de nome Froude ou Freud, que segundo consta tem uma empresa de segurança no Rio de Janeiro/SP, que não sabe se o dito cujo é pessoa influente ou não dentro do PT.

Ainda segundo o auto de acareação, Freud negou qualquer participação no caso e só a partir de então Gedimar decidiu permanecer em silêncio, alegando que seus advogados não tiveram acesso aos autos.