| 14/10/2006 17h55min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado que irá cortar os supérfluos, modernizar a máquina pública para diminuir gastos e aumentar os investimentos se for reeleito para um segundo mandato.
Também hoje, seu adversário, o tucano Geraldo Alckmin, voltou a dizer que irá vender o avião da Presidência da República, conhecido como “aerolula”, para investir na saúde, acusou o governo de gastar mal, e disse que, se o PT ficar no poder, o país não vai crescer porque não sabe administrar os gastos públicos. Na sexta-feira, o coordenador nacional da campanha de Lula à reeleição afirmou que haverá redução de gastos, contradizendo o próprio Lula, que em entrevista publicada no jornal O Globo, na quinta-feira, dissera que o país está pronto para crescer, sem necessidade de novas reformas, de cortes de gastos, nem de enxugar o tamanho do Estado por meio de privatizações. Marco Aurélio Garcia dissera também que os reajustes do funcionalismo seriam menores no caso de um segundo mandato. Desta vez, foi Lula quem o contradisse, ao afirmar, também neste sábado, que considera desproposital falar de salário do funcionalismo neste momento. - Eu acho uma coisa desproposital discutir salário de funcionalismo público agora. Primeiro porque demos um bom reajuste nos quatro anos, segundo porque já há projetos de lei reestruturando as carreiras do funcionalismo. Já foi uma parte, outra está no Congresso. Tudo o que for supérfluo vai ter que cortar. Tudo o que for necessário cortar, tudo o que gente puder de modernizar na máquina pública. Por exemplo, na Previdência com o censo economizamos R$ 1 bilhão. Você vai ter que fazer uma investigação em todas as áreas para que se possa diminuir os gastos e aumentar o investimento -, disse o presidente, na saída da Granja do Torto, onde foi recebido por militantes. Já o candidato tucano disse que o governo precisa cortar cargos com gente nomeada pelo PT. - O governo foi privatizado para o PT. Isso precisa acabar. O governo é para prestar serviço público e não para servir a um partido -, afirmou Alckmin, num comício neste sábado, em Maringá, no Paraná. Lula, por sua vez, voltou a acusar seu adversário de defender a privatização das estatais e o enxugamento da máquina pública. Segundo Lula, um discurso que prega choque de gestão e enxugamento da máquina tem por conseqüência prejudicar os trabalhadores. - Não temos cultura, não temos hábito de fazer com que os trabalhadores sejam as vítimas que foram durante muitos anos. Quando dizem "vamos fazer um choque de gestão, vamos enxugar a máquina”, eu já sei o que acontece em qualquer cidade, em qualquer país: os trabalhadores saem perdendo -, afirmou Lula. Lula também rechaçou os ataques dos tucanos que dizem que sua campanha usa tática terrorista ao alertar para a possibilidade de um novo pacote de privatizações, num eventual governo Alckmin. - Eu acho muito engraçado. Ou seja, as críticas a mim podem, é tudo normal. Mas eles não quererem reconhecer que a única coisa que eles souberam fazer foi vender o patrimônio todo para pagar as dívidas que eles mesmos fizeram. Ele acabou de vender a empresa de transmissão de São Paulo, faz poucos dias que privatizou. Eu não estou inventando história, estou constatando o que aconteceu no Brasil. O presidente, porém, criticou duramente os ataques à família do tucano, publicados em boletim de campanha do PT. AGÊNCIA GLOBOGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2024 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.