| 09/10/2006 23h50min
A coordenadora da campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Estado de São Paulo, Marta Suplicy (PT), acusou nesta segunda-feira o candidato do PSDB a Presidência, Geraldo Alckmin, de comprar deputados para impedir a instauração de CPIs na Assembléia e insinuou semelhanças entre o tucano e o presidente deposto Fernando Collor de Mello. A comparação foi feita por Marta durante discurso no calçadão de Mauá, município do ABC paulista, ao comentar o debate de domingo entre os presidenciáveis.
– O que eu vi ontem (domingo), Deus me livre. Foi picolé de chuchu virando Rambo e Exterminador do Futuro. Lembrou o filme do caçador de marajá –, ironizou a petista, lembrando o mote da campanha de Collor. Na disputa presidencial de 1989, o então candidato a presidente teve como bandeiras o combate à corrupção, à inflação e a defesa dos descamisados.
A coordenadora da campanha de Lula acusou ainda Alckmin de aliciar deputados da base aliada para engavetar os 69 pedidos de instauração de Comissões Parlamentares de Inquérito.
– Essas 69 CPIs não são de bobagem, gente, são de corrupção. Eles não deixam abrir nenhuma e depois ficam falando como se fossem donos da ética. Só a CPI da Nossa Caixa, que quer investigar os deputados que foram comprados exatamente pra votar com ele (Alckmin) e abafar todas as CPIs, essa é a mais perigosa, ele não deixa chegar nem perto – falou.
A petista disse também que Alckmin "fica lá (como) o bastião da moralidade, o caçador de marajá, mas todas as sujeiras dele estão debaixo do tapete", e que o presidente Lula, ao contrário, "põe a Polícia Federal para investigar, doa a quem doer". E fez uma rápida citação ao episódio de venda do dossiê que comprometeria tucanos.
– Vai ver as CPIs da Febem, da Sabesp, do Rodoanel, e vai ver que bicho cabeludo que sai de lá (da Assembléia). Mas ele (Alckmin) não deixou fazer nenhuma. E o coitado do Lula lá, tendo que explicar meia dúzia de aloprados que fizeram uma besteira – afirmou.
Falando a um grupo pequeno composto basicamente de militantes petistas, Marta fez críticas ao tom agressivo adotado por Alckmin no debate e disse que não foi possível saber, pelo programa, quais as propostas do tucano. A ex-prefeita de São Paulo afirmou ainda que os tucanos não são a favor do Bolsa-família, dando a entender que o programa será extinto em eventual eleição de Alckmin.
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