Os candidatos à presidência da República Geraldo Alckmin (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizam a partir das 20h deste domingo, na Rede Bandeirantes, o primeiro debate do segundo turno na TV. Este será o primeiro confronto direto entre os dois nestas eleições, e a grande expectativa gira em torno do comportamento do presidente, que no primeiro turno não compareceu ao debate promovido pela Globo.

Alckmin deve bater forte no caso do Dossiê Cuiabá, em que petistas próximos de Lula teriam tentado comprar documentos que supostamente ligariam tucanos com a máfia dos sanguessugas, que superfaturava a compra de ambulâncias com auxílio de emendas parlamentares. As suspeitas culminaram no afastamento de Ricardo Berzoini da presidência nacional do PT e da coordenação da campanha à reeleição de Lula. É provável que o mensalão também faça parte da munição de Alckmin.

Ontem, acusou Lula de ter "aparelhado" o seu governo nomeando membros petistas e leiloando cargos entre deputados aliados:

– Não vou deixar aparelhar o Estado. O governo não é para patota, amigos. O presidente Lula tem que ser amigo do povo e não dos petistas.

O presidente, por outro lado, já vem ligando o peessedebista às gestões de Fernando Henrique Cardoso. Na primeira semana de campanha do segundo turno, o PT relacionou Alckmin com a "privataria" (supostas irregularidades) das vendas da Telebras e da Vale do Rio Doce. Também suscitou uma possível privatização da Petrobras.

– Num eventual governo Alckmin, a Petrobras, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal entrariam na fila da privatização – disse um boletim do comitê petista.

O debate será mediado pelo jornalista Ricardo Boechat e terá duração de 2 horas e 10 minutos, divididas em cinco blocos.