| 06/10/2006 07h30min
Mesmo fora da disputa, o governador Germano Rigotto deverá ser um dos protagonistas do segundo turno da eleição gaúcha para o Piratini. O tesouro eleitoral de 1,6 milhão de votos deixado pelo candidato derrotado deverá dar a tônica das estratégias eleitorais dos concorrentes remanescentes Olívio Dutra (PT) e Yeda Crusius (PSDB).
O cientista político Benedito Tadeu César, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), afirma que, como os votos dados à tucana e ao petista não deverão mudar de lado, e todos os demais candidatos vencidos representam um contingente de 776 mil eleitores (54% menor do que o obtido pelo governador), o segundo turno deverá registrar uma corrida ao refúgios eleitorais do PMDB.
Dividindo-se o Estado por regiões, em quatro delas Rigotto obteve mais de 100 mil votos e somou 867.571 eleitores - o equivalente a mais da metade do seu desempenho. Entre os demais concorrentes vencidos, as votações mais expressivas foram de Francisco Turra (PP), com a preferência de 412.767 gaúchos, e de Collares com 229.639 votos, e podem ajudar a desequilibrar um cenário parelho. Para conquistar território alheio, porém, Olívio e Yeda não estarão livres de percalços. Para o petista, um dos grandes problemas será o índice de rejeição.
– No primeiro turno, o eleitor costuma votar em quem prefere. No segundo, leva primeiro em consideração a objeção a um ou a outro candidato – explica o cientista político Paulo Moura.
Com uma reprovação quase três vezes maior do que a adversária, o candidato petista terá de equilibrar o jogo para ter chances de superá-la. Aí se encontra o maior desafio da tucana: manter o desempenho crescente verificado no primeiro turno, quando praticamente não foi atacada, sob pressão.
– A primeira entrevista de Olívio já deixou claro que ele vai explorar questões como a volta das privatizações, o revival do período FH – afirma Moura.
Essa estratégia é necessária para quebrar a
tendência matemática demonstrada pelas pesquisas e
pelo resultado das urnas de junho até o dia 1º de outubro. Enquanto Yeda cresceu de maneira constante de 11% para 30% da preferência dos eleitores, Olívio oscilou para cima e para baixo entre os limites de 21% e 26%, fechando o primeiro turno com 25%.
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