Ao contrário do que fazem os maiores clubes do mundo, o Hertha Berlin não permitiu que Gilberto viesse ao Brasil para tratar de sua lesão no tornozelo esquerdo. O lateral queria ser examinado pelo médico da seleção brasileira José Luiz Runco, mas teve o pedido negado pela direção do Hertha. As informações são do site GloboEsporte.com.

– Conversei com o presidente e ele me disse que não podia me liberar. A idéia era me consultar com o Dr. Runco, mas estou fazendo o tratamento aqui na Alemanha mesmo. Cheguei a mandar as fotos da minha ressonância magnética para o Runco, mas ele disse que fica difícil sem examinar pessoalmente. De qualquer forma, pelo o que ele pode ver nas fotos, não era caso de cirurgia, não – conta Gilberto, que já está há duas semanas parado, por telefone, de Berlim.

O lateral não chegou a romper os ligamentos do tornozelo, apenas sofreu estiramento. O clube lhe deu previsão de seis a oito semanas afastado, mas Gilberto acredita que pode estar de volta aos gramados no jogo contra o Bayern de Munique, dia 14 de outubro (um mês após a lesão), que vale a liderança do Campeonato Alemão.

É comum que os grandes jogadores brasileiros venham se tratar e até mesmo ser operados no Brasil, que é referência mundial em medicina esportiva. Foram os casos, entre outros, de Cafu, Edmílson, Edu e mais recentemente de Cicinho, que passou por cirurgia na Espanha mas vai se recuperar no São Paulo.

Mesmo triste pela lesão, Gilberto, que esteve presente nas duas primeiras convocações de Dunga, acredita ainda estar nos planos do treinador. Mas não faz planos para um futuro muito distante.

– Tenho 30 anos e, na Copa de 2010, terei 34. Não sei se estarei bem, correndo e jogando como estou hoje. Até acho que, se não tivesse me machucado, teria sido convocado também desta vez pelo Dunga. Mas não me empolgo, vivo e aproveito cada momento, sem pensar lá longe. Até 2010 muita coisa vai acontecer.

Por fim, Gilberto revela estar ciente de seu papel na renovação da seleção. Apesar de ter jogado a Copa de 2006, ele não acha que faça parte da espinha dorsal da equipe.

– Acho que o Juan, o Lúcio, o Kaká e o Ronaldinho Gaúcho estão num nível diferente do meu. Eu joguei só um jogo na Copa de 2006, ainda estou buscando meu lugar na seleção. Até porque, o Dunga mesmo já falou: ninguém tem lugar fixo na seleção – afirma Gilberto.