| 02/10/2006 00h57min
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Marco Aurélio Mello, ressaltou na madrugada desta segunda-feira a importância de se realizar debates entre os candidatos a presidente no segundo turno das eleições. A declaração foi feita pouco depois da meia-noite. Nessa hora, de acordo com a apuração parcial dos votos, já estava nítida a necessidade de segundo turno para se concluir a corrida ao Palácio do Planalto.
– Esperamos que haja uma disputa em que os candidatos revelem os respectivos perfis e o façam com a maior publicidade possível de suas propostas, com transparência. Por isso temos os debates. Como cidadão eleitor, eu gostaria de presenciar debates com todos os candidatos – disse Marco Aurélio.
Embora nos últimos meses tenha aconselhado o eleitor a não votar em políticos envolvidos com casos de corrupção, o ministro disse que é preciso respeitar a escolha dos brasileiros expressa nas apurações dos votos. No entanto, como cidadão, disse estar decepcionado com a eleição de alguns políticos, sem citar nomes.
– Como presidente do TSE, tenho que reconhecer a realidade, o resultado das urnas. Mas como cidadão eu posso me sentir um tanto quanto decepcionado e frustrado – lamentou.
Marco Aurélio defendeu o financiamento público de campanha como forma de deixar o processo eleitoral mais transparente. Ele explicou que essa medida só poderia ser tomada se o Congresso Nacional aprovasse uma lei sobre o assunto. O ministro também elogiou a cláusula de barreira como forma de moralizar os partidos. Segundo a regra, uma legenda só poderá participar ativamente da vida parlamentar se alcançar 5% dos votos válidos nacionalmente e 2% em pelo menos nove estados para a Câmara dos Deputados.
– A cláusula de barreira tem como objetivo o enxugamento dos partidos políticos. Considero a regra positiva, pois levará a um agrupamento dos partidos políticos – opinou.
O presidente do tribunal informou que, de acordo com a Lei Eleitoral, os resultados das apurações poderão ser revelados até o dia 14. No entanto, o prazo não precisará ser utilizado. O ministro acredita que nesta segunda todos os votos já estarão contabilizados.
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