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 | 01/10/2006 22h25min

Yeda e Olívio vão disputar governo do RS em segundo turno

Candidata tucana pôs fim a uma disputa histórica entre PMDB e PT

A tucana Yeda Crusius pôs fim a uma disputa acirrada que já durava três eleições no Rio Grande do Sul: a cada segundo turno, era PMDB contra PT na corrida ao Piratini. Yeda dá nova cara do duelo, e o PT, com Olívio Dutra, tem agora outro adversário, o PSDB. A ida da dupla para o segundo turno surpreende, pois não estava prevista pelas pesquisas e foi definida somente quando estavam apurados 99,82% dos votos. A diferença entre Olívio e Germano Rigotto (PMDB) se manteve pequena até o final. Com o fim da apuração, a diferença entre os dois candidatos ficou em torno dos 16 mil votos, menos de 1% do eleitorado. 

A configuração do segundo turno para o governo gaúcho reproduz a polarização do pleito para a Presidência, em que PT e PSDB, com Lula e Alckmin, poderão concorrer ao cargo também em segundo turno.

O resultado das urnas começou a ser desenhado há cerca de 15 dias, quando pesquisas de intenção de voto apontavam o crescimento de Yeda. Nos últimos dias, a tucana consolidou o favoritismo, aparecendo acima de Olívio Dutra (PT), até então o nome que deveria ir ao segundo turno com Rigotto, de acordo com os levantamentos.

O feito de Yeda quebra a tradição de rivalidade entre PT e PMDB. Em 1994, Antônio Britto (PDMB) e Olívio foram os protagonistas desta história, ao disputarem o segundo turno, vencido por Britto. Em 1998, Olívio deu o troco, novamente contra Britto.  Em 2002, já no PPS, Britto voltou a disputar o cargo. Tarso Genro concorreu pelo PT, depois de vencer prévia contra Olívio. O debate, polarizado entre Tarso e Britto, parecia ter excluído o PMDB do páreo. Mas Rigotto, correndo por fora, levou a legenda novamente ao segundo turno. O peemedebista surpreendeu ao vencer Tarso por 319.261 votos – a maior vantagem de um candidato ao Piratini sobre o adversário em segundo turno desde 1990. Rigotto havia arrancado nas pesquisas com cerca de 3%.

Entre os temas discutidos em campanha, a dívida do Estado com o governo federal foi um dos destaques. Olívio afirmou que manteria a faixa de 13% da receita reservada mensalmente para pagamento à União, mas que tentaria aliviar o impacto por meio de um empréstimo internacional, de modo que a dívida com a União comprometesse, na prática, 9% da receita estadual. A tucana, por sua vez, afirmou que iria adotar uma política fiscal mais rigorosa, tentando ainda convencer o governo federal a fixar um percentual menor para o pagamento da dívida do Estado. Yeda afirmou que tentaria baixar o índice para cerca de 8%.

Sobre a questão tributária, Yeda prometeu ações como redução de cargos em comissão e de gastos em publicidade e implementação da nota eletrônica, a fim de aumentar a arrecadação. Já Olívio prometeu a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O petista também falou que não iria oferecer subsídios fiscais a grandes empresas e chamava de “favores tributários” a redução dos impostos para as companhias se estabelecerem no Estado. Olívio afirmou ainda que seria necessário tornar mais justa a carga tributária, concedendo até mesmo “alíquotas zero ou simbólicas” para produtos populares, enquanto impostos sobre bens de luxo deveriam ser aumentados.

Em relação à segurança do Estado, Olívio propõe a criação de uma espécie de ouvidoria que planejasse estrategicamente as ações das polícias. A intenção seria apostar no policiamento ostensivo e em ações de inteligência. Olívio acredita que, com as ouvidorias, o trabalho dos agentes seria valorizado. O petista também prometeu investir na valorização da carreira e do salário e aumentar o efetivo das polícias.

Para a candidata tucana, resolver o problema da segurança envolve solucionar a crise financeira do Estado. Segundo ela, não há dinheiro para o pagamento da folha de ativos e inativos. Yeda afirmou que promoveria, caso eleita, uma modernização da “máquina administrativa” e apresentaria um orçamento realista. A tucana prometeu que todo o dinheiro que resultasse da economia promovida pelas medidas seria aplicado em um Plano Estadual de Segurança.

Os últimos números da apuração

O mapa do poder no Brasil

 

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