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 | 27/09/2006 17h

OAB não descarta voltar a analisar impeachment após o pleito

Presidente da entidade quer aguardar um eventual agravamento da crise

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, não descarta a possibilidade de a Ordem voltar a analisar a proposta de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ele, para isso é necessário esperar o término das eleições e um eventual agravamento da crise, com novos indícios que envolvam Lula à tentativa de compra de dossiês contra tucanos. Busato lembrou que a OAB não levou adiante o primeiro pedido de impeachment, analisado depois das denúncias do mensalão, por se tratar de um ano eleitoral e porque a Câmara dos Deputados, que analisaria o pedido, estava comprometida com as denúncias.

– A OAB deixou de ir ao Congresso com o pedido de impeachment com base em dois pressupostos: o primeiro, era a inoportunidade pelo calendário eleitoral. Se ocorrer a eleição no primeiro turno, essa realidade cai por terra. E o segundo pressuposto é o da confiabilidade da Câmara em função dos problemas havidos nessa legislatura. Isso continua pendente. Portanto, na OAB não se fala em impeachment – disse.

Pressionado pelos repórteres se o quadro mudaria com a eleição de novos parlamentares, Busato concordou que isso poderia ensejar um novo pedido de impeachment.

– Aí já muda o quadro. As duas premissas em que a Ordem se baseou para não pedir o impeachment deixam de existir. Se houve clima para tanto, em face de algumas evidências que possam ser encontradas, ou um grande debate na instituição, isso pode voltar à tona.

AGÊNCIA O GLOBO

 

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