| 23/09/2006 08h20min
A crise provocada pelo chamado Dossiê Cuiabá começa a ganhar espaço na imprensa internacional. O jornal britânico The Guardian observou ontem que emergiu no Brasil, a menos de duas semanas da eleição presidencial, "um novo escândalo envolvendo chantagem, campanhas difamatórias e, supostamente, um dos aliados mais próximos do presidente e seu coordenador de campanha". O diário afirma ainda que, segundo pesquisas de opinião pública, "a oposição não está conseguindo capitalizar as acusações".
A revista Latin Finance diz que o presidente Lula tem sido acusado de táticas de campanha dúbias contra seu principal rival (o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin).
– Embora a maioria dos analistas não acredite que o escândalo vai impedir que Lula seja reeleito, afirmam que isso poderá lhe causar problemas no futuro para aprovar reformas no Congresso – analisa a revista financeira.
O Financial Times, principal diário financeiro da Europa, diz que "justamente quando Lula parecia estar seguro com sua reeleição em 1º de outubro, seu governo está sendo abalado por ainda outro escândalo de corrupção". Segundo o jornal, a oposição encara o caso como uma oportunidade de última hora para reduzir a liderança de Lula nas pesquisas e forçar a realização de um segundo turno. Adverte o jornal:
– Se a oposição pensa que essas revelações mais recentes vão alterar o rumo da eleição, ela está provavelmente subestimando a capacidade dos eleitores de considerar quase qualquer soma de atitudes ilegais na política como um fato rotineiro no país.
O diário britânico The Independent afirma que o presidente Lula "tem procurado se distanciar do escândalo que envolveu vários de seus assessores, apesar do caso ter se aproximado dele".
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