Com a passagem pelo Ministério da Previdência do governo Lula, entre 2002 e 2004, o petista histórico e presidente do partido Ricardo José Ribeiro Berzoini, de 46 anos, agregou à sua biografia política a triste marca da fila de aposentados que tiveram que ir até os postos do INSS para provar que estavam vivos. O episódio teve péssima repercussão, e Berzoini foi obrigado a pedir desculpas e suspender o recadastramento.

Da Previdência, foi para o Ministério do Trabalho até que, em julho de 2005, foi convocado por Lula, juntamente com Tarso Genro, para comandar o PT, esfacelado pelas denúncias sobre o mensalão, que derrubaram a antiga direção. Bombeiro do presidente na crise, assumiu o cargo de secretário-geral do partido e acabou sendo o candidato do Campo Majoritário à presidência da sigla.

Duas vezes deputado federal e nome forte do sindicalismo brasileiro na década de 80, o ex-bancário Berzoini vem de tendências minoritárias do PT, único partido ao qual se filiou em toda a sua vida política. Até as eleições de 2002, fazia parte do PT de Luta e de Massas, um grupo com força maior em São Paulo. Começou e não concluiu o curso de engenharia. Leitor de Antonio Gramsci, Berzoini é casado e pai de três filhos.