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 | 12/09/2006 10h49min

FH critica polêmica sobre carta divulgada aos eleitores

Ex-presidente nega que tenha aberto guerra contra Aécio

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso classificou a polêmica sobre a carta aos eleitores do PSDB, divulgada durante o feriado de 7 de setembro no site do partido, como "interpretações desencontradas" de suas intenções.

Ele negou ainda que tenha decidido abrir guerra contra o governador de Minas, Aécio Neves. Ele admite em conversas informais que Aécio pode representar o "progressismo", mas alerta que sua aproximação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode torná-lo um inocente inútil. As informações são da coluna de Merval Pereira, publicada nesta terça-feira, no jornal O Globo.

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, criticou nesta segunda-feira a carta publicada pelo ex-presidente. No texto, o ex-presidente admitiu falhas na gestão penitenciária em São Paulo que teriam criado "um caldo de cultura para a criminalidade'', favorecendo o fortalecimento da facção criminosa que organizou séries de ataques no Estado, hoje um ponto vulnerável na campanha tucana.

Aécio disse que preferia não alimentar mais a polêmica, mas defendeu o candidato do partido a presidente da República, Geraldo Alckmin, dizendo que evita "comentar ações que mais desagregam do que agregam".

– Prefiro não comentar (a carta). Eu hoje estou envolvido num projeto que é a eleição de Geraldo Alckmin para a Presidência da República. Esse é o projeto que interessa ao PSDB, que interessa ao Brasil. A melhor forma de eu contribuir com esse projeto é evitar comentar ações que mais desagregam do que agregam – disse Aécio, que acompanhou Alckmin em Teófilo Otoni, no interior mineiro.

A três semanas da eleição, o texto do ex-presidente gerou confusão no PSDB e motivou críticas tanto de tucanos quanto de petistas. A avaliação é que a mensagem de Fernando Henrique não contribui para a campanha de Alckmin, ainda debilitada por conta do mau desempenho nas pesquisas e pelas reclamações de aliados sobre sua estratégia.

– Quando se faz uma campanha política, se faz olhando para frente, não para trás. O Geraldo, inclusive com muita firmeza, tem relembrado sempre muitos aspectos positivos do governo (FH) – afirmou Aécio.

– Eu não acho que ele (Fernando Henrique) tenha sido deixado de lado (nesta campanha), mas o candidato é Geraldo Alckmin. Estamos discutindo o governo a partir de 2007, e não a partir de governos passados – acrescentou o governador mineiro.

O presidente da Câmara, Aldo Rebelo, também criticou a carta. Para Aldo, o sociólogo Fernando Henrique foi prejudicado pelo político. Já o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, disse que viu um aspecto positivo na carta. Segundo ele, Fernando Henrique reconheceu que o valerioduto começou com o PSDB em Minas Gerais. Já Alckmin minimizou a polêmica em torno da carta.

AGÊNCIA O GLOBO
 

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