| 08/09/2006 16h21min
Não demorou muito para repercutir no lado petista a carta do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso com duras críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um dia depois da publicação da carta no site do PSDB, o presidente do PT, Ricardo Berzoini, rebateu as críticas, dizendo que FH está querendo retomar a cena política enquanto seu próprio partido tenta escondê-lo.
Berzoini disse ainda que o ex-presidente tenta influenciar a cena política, mas não consegue por ter um índice de rejeição "elevadíssimo".
– Em primeiro lugar, o ex-presidente está sendo escondido pelo próprio partido, que no horário eleitoral não quer estabelecer nenhum vínculo entre o candidato Geraldo Alckmin e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Em segundo lugar, tem tido uma postura de buscar sempre retomar a cena política, a despeito da atitude de seu partido de escondê-lo. E dizer o que ele falou nessa carta é uma tentativa de influenciar as eleições de uma pessoa que tem uma rejeição elevadíssima, e que as pesquisas mostram que é um péssimo cabo eleitoral.
Em carta divulgada na quinta-feira, FH acusa o governo Lula de fazer gastança. Ele diz que o presidente não tem condições morais de continuar no cargo e o culpa dos escândalos de corrupção que assolaram o governo. Afirma ainda que Lula transformou o Bolsa Família num programa de assistencialismo para ficar com a imagem de "presidente-pai".
Em tom de mea-culpa, FH também admite algumas falhas do governo tucano. O ex-presidente diz que fracassou na privatização do setor elétrico e, em São Paulo, falhou na segurança pública. Ele lembrou ainda que o PSDB errou no caso do senador Eduardo Azeredo, acusado de fazer caixa-dois na campanha de 1998. O ex-presidente disse que o PSDB tentou tapar o sol com a peneira.
Berzoini estranhou o fato de FH ter reconhecido alguns erros no governo tucano:
– Ele teve, talvez, um surto repentino de humildade, o que não é uma característica do ex-presidente. Uma pessoa que governou por oito anos e passou por diversas denúncias de corrupção como o caso Marka, FonteCidam, privatizou a Telebrás, compra de votos na aprovação da emenda da reeleição, e sempre agiu de forma que a Polícia Federal não pudesse investigar, o Ministério Público engavetasse as denúncias e que não houvesse qualquer conseqüência para a apuração rigorosa dos fatos. Agora ele tenta fazer uma auto-crítica evidentemente tardia – disparou o líder petista.
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