O deputado Lino Rossi (PP-MT) complicou ainda mais, nesta quarta, o senador Magno Malta (PL-ES), acusado de envolvimento na máfia dos sanguessugas. Em ofício enviado ao Conselho de Ética do Senado, Rossi diz que no final de 2001, recebeu, por empréstimo, um veículo Fiat Ducato de Darci Vedoin para realização da campanha eleitoral de 2002, quando concorria a uma vaga na Câmara.

Segundo ele, depois das eleições, em conversa informal com Magno Malta, com quem diz ter laços de amizade, mencionou a existência do veículo. O senador então teria dito que estava em dificuldades financeiras e precisava de transporte para sua banda gospel Tempero do Mundo, com a qual viajava fazendo shows.

Lino Rossi disse que ofereceu a ele o carro que havia recebido de Vedoin, advertindo, contudo, que o veículo devia ser devolvido assim que fosse requisitado de volta, o que foi feito após cerca de um ano e meio.

– O senador me confidenciou as dificuldades financeiras pelas quais passava e a necessidade de transportar a sua banda gospel pelas diversas regiões onde realizava shows. Por termos os mesmos princípios religiosos, ofereci naquela oportunidade o veículo que havia recebido por empréstimo, alertando-o, contudo, que deveria ser devolvido assim que eu requisitasse – diz o ofício.

Na avaliação do presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) dos Sanguessugas, Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), Lino Rossi fornece provas contra o senador com essa carta. Biscaia adiantou que a CPI deve convocá-lo para prestar esclarecimentos sobre esse episódio, já que o Conselho de Ética do Senado não tem poder para convocar ninguém.

Lino Rossi foi uma das sete pessoas convidadas para depor nesta quarta no Conselho, mas não compareceu à reunião. Ele é testemunha do processo contra Magno Malta.

O senador Romeu Tuma (PFL-SP) considerou um desrespeito o não comparecimento de Rossi e pediu que a CPI dos Sanguessugas o convoque a depor:

– Acho que ele não podia ter se negado. Moralmente é um choque. Não é bom para Magno Malta que ele não venha. É uma testemunha importante.

AGÊNCIA CÂMARA