A CPI das Sanguessugas concluiu o levantamento que aponta o possível envolvimento de prefeitos com o esquema para a venda de ambulâncias com preços superfaturados. É o cruzamento entre o depoimento do dono da Planam, Luiz Antônio Vedoin, relativo à ação junto as prefeituras, e a execução de emendas para a compra de ambulâncias dos municípios citados. São 60 prefeitos, ou servidores das prefeituras, suspeitos de receberem propina para facilitarem a operação do esquema.

Não há prefeituras gaúchas neste primeiro levantamento, porém existem casos onde o município recebeu ambulâncias encomendadas pela Planam, como Cidreira e Taquara, com suspeita de preços superfaturados e com a ajuda de parlamentares do Estado.

O sub-relator de Sistematização da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) dos Sanguessugas, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), disse que nos casos onde o depoimento de Vedoin se encaixa com a propina comprovadamente paga ao parlamentar e com recebimento de uma ambulância no município citado pelo dono da Planan, são evidentes os indícios de que alguém na prefeitura também recebeu vantagens.

– Segundo o Luiz Vedoin, 60 prefeitos municipais receberam propina, e nós temos que identificar e construir as provas para que o sub-relator do executivo, que é o deputado Júlio Redecker, possa investigar estes municípios. E para isso nós fizemos este fluxograma, ligando o parlamentar que apresentou a emenda e recebeu propina, com o municio que segundo Vedion também recebeu propina – afirmou Carlos Sampaio.

O deputado gaúcho Júlio Redecker, que está o levantamento detalhado das informações, afirmou que ainda é cedo para dizer quais prefeitos receberam vantagens ilícitas para facilitar o esquema. Ele está coletando dados com a Controladoria Geral da União e também com os tribunais de conta dos estados para confirmar se as compras foram feitas com preços superfaturados. O levantamento deve estar concluído até o próximo dia 30.

Para Júlio Redecker, o relatório só poderá ser concluído depois de uma nova conversa com Luiz Antônio Vedoin. O objetivo do parlamentar é confrontar o empresário com dados dos órgãos públicos de fiscalização. Neste primeiro levantamento, foram tabuladas informações que ligam os prefeitos aos 37 parlamentares que receberam propina na conta pessoal ou na conta de parentes e assessores.

O objetivo foi enumerar os casos onde está comprovado que o esquema operou ilegalmente. A CPI também ampliou a investigação sobre o uso de emendas de bancada, a partir de ação de um parlamentar para facilitar a operação da quadrilha.