O candidato do PSDB a presidente da República, Geraldo Alckmin, acusou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de viver "num mundo diferente das pessoas". Segundo o tucano, Lula afirma que a saúde no país beira a perfeição quando, na realidade, é um caos. Alckmin afirmou que o governo petista é marcado pela corrupção, e que o combate a corrupção é uma prioridade do programa tucano. O ex-governador comentou ainda os índices de popularidade de Lula:

– Covas dizia: "Popularidade varia, mas quando a credibilidade é baixa, esse é o pior problema que se pode ter" – afirmou, citando o governador Mário Covas, de quem foi vice-governador em São Paulo.

Para Alckmin, o desempenho de Lula nas pesquisas se deve ao que chamou de "recall". O tucano explicou que Lula já concorreu seis vezes a presidente e faz "utilização despudorada da máquina pública".

– Apesar disso, ele tem só 49% de aprovação. Sinto na rua que a nossa tarefa é transformar o desencanto em luta política. Olha, o Brasil pode melhorar. Isso é eleição, eleição é convencimento. As pessoas se impressionam com pesquisa um tempo antes, voto é em primeiro de outubro – disse Alckmin.

Alckmin fez duras criticas também à política externa do governo Lula. O candidato afirmou que, se for eleito, fará uma política externa contrária a do PT, que segundo ele, teve "resultado zero".

– O PT fez política partidarizada, que teve resultado zero. Tudo deu errado. O Conselho de segurança da ONU, a diretoria da OMC, o Mercosul deu marcha ré. Ao invés de aumentar a competitividade, aumentou o protecionismo. Os Estados Unidos não têm nem mais interesse na ALCA, perdemos espaço na América latina e Perdemos mercado nos EUA e com os vizinhos.

O candidato voltou a atacar a postura do presidente Lula diante da crise na Bolívia. Segundo ele, a posição do governo foi "dúbia e submissa".

– Quem vai investir R$ 1 bilhão no Brasil? Rasga o contrato e fica por isso mesmo? Isso e insegurança jurídica – disse.

Após as criticas, Alckmin listou suas propostas para a política externa do Brasil. O candidato afirmou que vai aprofundar a inserção internacional do país, avançar no comercio exterior, adotar uma defesa intransigente do interesse brasileiro e fazer acordos comerciais que, segundo ele, não saíram do papel.

AGÊNCIA O GLOBO