| 28/08/2006 10h55min
Para reverter os baixos índices nas pesquisas de intenção de voto para o candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, no Nordeste, o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) está preparado o maior evento da campanha do tucano até o momento. Cerca de 500 prefeitos da região estão sendo convocados a participar de um ato de apoio a Alckmin, em Salvador, no início de setembro.
Organizado pelo senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), o encontro terá um tom mais contundente em relação às críticas ao governo Lula que Alckmin vem utilizando em seu discurso até o momento. A idéia dos aliados é de que uma linha mais agressiva contamine o discurso de Alckmin na reta final de campanha, e com isso assegure o segundo turno. - Temos que contaminar o discurso de Alckmin para que ele parta para o confronto. O programa de televisão esqueceu Lula. Alckmin tem que mostrar que esse é um governo imoral, contaminado pelo valerioduto e que comprava parlamentares com dinheiro do povo. É preciso fazer esse discurso de desconstrução. Só com um tom contundente ele vai conseguir empolgar os eleitores nordestinos, – disse Antônio Carlos Magalhães. A coordenação da campanha tucana tentará usar o prestígio de lideranças regionais para diminuir o favoritismo de Lula na região. Pesquisas apontam que o petista tem mais de 65% dos votos da região, enquanto Alckmin ainda não conseguiu ultrapassar a barreira dos 15%. Por isso, governadores e políticos nordestinos também serão chamados para o encontro com Alckmin, na Bahia. A expectativa é de que metade dos 500 prefeitos venham da Bahia. Os outros 250 prefeitos serão convocados dos outros oito Estados nordestinos. A coordenação da campanha de Alckmin está apostando no evento para mobilizar as lideranças locais. – Será um divisor de águas da campanha no Nordeste. Esse tipo de mobilização deve consolidar o apoio efetivo dos prefeitos e lideranças locais –, apostou o coordenador-geral da campanha tucana, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE). Tanta preocupação com o Nordeste não é por acaso. Mesmo depois de Alckmin ter lançado no início do mês, em Recife, um programa de governo voltado para a região, a campanha do tucano não empolgou os aliados no Nordeste. Alckmin ainda não apareceu nos programas de televisão dos aliados nordestinos. Há dificuldade em praticamente todos os Estados. A crise mais grave é no Ceará, berço do presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati. Lá estão sendo criados comitês duplos de apoio ao governador tucano Lúcio Alcântara e ao presidente Lula. Alckmin também não aparece no horário de televisão tucano, enquanto Lula virou a estrela do programa de Lúcio, até uma decisão da Justiça Eleitoral suspendendo o depoimento do presidente. Mas este não é o único problema. No Maranhão, a senadora Roseana Sarney (PFL), candidata ao Palácio dos Leões, anunciou que vai manter neutralidade na sucessão presidencial. No Piauí, o apoio dos aliados ainda é muito tímido, como no Rio Grande do Norte. Também há uma desconfiança de que na Paraíba o governador tucano Cássio Cunha Lima não esteja mostrando empenho suficiente em favor de Alckmin. O mesmo acontece em Alagoas, com o senador Teotônio Vilela Filho (PSDB), candidato ao Palácio dos Martírios. Em Pernambuco, enquanto Lula já apareceu no programa do governador Mendonça Filho (PFL), Alckmin é ignorado. E em Sergipe há um racha no PSDB local, que provocou a desfiliação de presidentes regionais da legenda. AGÊNCIA GLOBOGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2024 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.