| 27/08/2006 18h26min
A valorização do salário dos professores é a grande dificuldade do financiamento da educação no Rio Grande do Sul. Por isso, a secretária de Educação, Nelsi Hoff Muller, acha injusto o Estado não ser contemplado com recursos do novo fundo da educação básica. O Fundeb prevê o repasse de verbas para os Estados que têm menos condições de investir em educação, e estes estão majoritariamente no Norte e Nordeste. Nas regiões Sul e Sudeste, nenhum Estado deverá ser contemplado.
– Durante todos esses anos, os governos tiveram a dedicação de gerenciar a educação com recursos do Tesouro do Estado. Agora, quando há a necessidade de também ter um investimento maior, principalmente em educação profissionalizante, educação infantil e ensino médio, nós não seremos contemplados com recursos da União – reclamou a secretária.
Segundo ela, o orçamento do Rio Grande do Sul destinado à educação é de R$ 3,5 bilhões, dos quais 84% para a folha de pagamento. Mesmo assim, ela considera o valor insuficiente para pagar os professores.
– Os nossos salários são os mais baixos do país – disse.
Nelsi Hoff explicou que quando se ingressa no magistério, o salário está em torno de R$ 500.
– Teremos que discutir com o Sindicato dos Professores para saber qual é o melhor valor, mas o que estamos pagando está longe de ser o valor ideal – acrescentou.
A secretária ainda informou que há 1,4 milhão de alunos nas redes estaduais e o valor/aluno (verba disponível para investir em cada estudante anualmente) é de R$ 2 mil. São 3.002 as escolas estaduais: todos os 496 municípios do Rio Grande do Sul têm escolas pertencentes à rede estadual e, a partir de 2007, haverá oferta de ensino médio em todos eles. A educação básica inclui este nível de ensino, cujo financiamento não está previsto no Fundef, fundo em vigor atualmente, que destina recursos apenas ao ensino fundamental.
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