| 24/08/2006 19h44min
Os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) do Rio de Janeiro e de São Paulo já indeferiram mais de 500 candidaturas. Dos parlamentares do Rio citados pela CPI dos Sanguessugas, quatro tiveram o registro de candidato à reeleição impugnados: Paulo Baltazar (PSB), Reinaldo Gripp (PL), Elaine Costa (PTB) e Fernando Gonçalves (PTB). O presidente do Vasco, Eurico Miranda (PP-RJ), também teve seu registro cassado, mas "por falta de condições morais para exercer um mandato", segundo argumentou a juíza Jaqueline Montenegro. Os candidatos têm 72 horas para recorrer da decisão junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A deputada Laura Carneiro (PFL-RJ), que tenta a reeleição, teve a candidatura confirmada pelo TRE. Embora também esteja entre os citados pela CPI dos Sanguessugas, o relatório da comissão não foi anexado ao processo.
Segundo o TRE-RJ, do total de 2.403 candidaturas para todos os cargos, cerca de 200 foram indeferidas. O TRE ainda julgará o pedido de registro de candidaturas de outros parlamentares fluminenses acusados de envolvimento com a máfia dos sanguessugas. Ao todo, são oito pedidos de registro de candidatura entre os 13 fluminenses que estão na lista da CPI.
Em São Paulo, o número de candidaturas impugnadas é recorde. Dos 2.970 registros de candidaturas, 425 (14,31%) foram indeferidos até esta quarta-feira. A maioria das impugnações ocorre por ausência de documentos comprovando quitações eleitorais, filiação partidária ou processo de desincompatibilização. O percentual de indeferimentos é superior ao registrado em 1998 (10,38%) e 2002 (9,56%).
Entre os que tiveram as candidaturas indeferidas estão o ex-presidente do PL Valdemar Costa Neto, o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT) e Angela Guadagnin (PT) , que fez a "dança da pizza" na Câmara após absolvição de petista no processo do mensalão.
O ex-prefeito Paulo Maluf, no entanto, conseguiu o deferimento do pedido de candidatura a deputado federal pelo PP. Maluf é acusado de formação de quadrilha, corrupção passiva, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Devido à acusação, o Ministério Público havia pedido a impugnação do registro. O tribunal considerou regular também a situação do ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, do PTB, que responde a processo na Justiça por improbidade administrativa.
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