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 | 22/08/2006 09h39min

Candidato a senador pelo PSB do RS aposta na educação

Batista Conceição diz que ensino transformará a sociedade

O candidato ao Senado pelo PSB do Rio Grande do Sul, Batista Conceição, disse que, se eleito, pretende elaborar projetos de cunho educacional. Em entrevista online com os internautas do clic RBS, Conceição afirmou que só se pode fazer a transformação da sociedade brasileira a partir da transformação do ensino.

– É claro que como senador não posso ficar restrito a essa questão. Temos que pensar em soluções para melhorar a vida das gaúchos, já que o senador é o representante do Estado. Para tanto, buscaremos soluções para questões como segurança, geração de empregos, discussão ambiental com a sociedade, valorização do servidor público, sempre ouvindo atentamente a sociedade gaúcha –, garantiu.

O candidato defendeu a adoção de cotas para negros e indígenas ingressarem no ensino superior, porém por um período pequeno, de seis a oito anos, durante o qual o Estado deve investir de forma eficaz na educação em qualquer um dos níveis para evitar, no futuro, a adoção de cotas em universidades ou no serviço público.

– Sou plenamente favorável à adoção de cotas como forma de reparação por tudo aquilo que os negros contribuíram para o desenvolvimento do País. Hoje, os índices apontam que apenas 2% dos negros conseguem concluir o ensino superior. Isso decorre de questões históricas, econômicas, culturais e precisa ser revertido. Ontem, participamos na UFRGS de um seminário que discutiu a adoção de cotas nesta universidade, que apesar das experiências bem-sucedidas apresentadas pelas universidades UERG, UFPR e UFBA, reluta em adotar as cotas –, afirmou.

Conceição sugeriu que o Orçamento contemple um percentual de seu montante a ser destinado à segurança pública, como ocorre com saúde e educação. Além disso, afirmou que a geração de empregos deve mover o trabalho de um senador, que precisa formular políticas públicas junto aos governos federal e estadual nesse sentido.

A entrevista online foi realizada com pelo jornalista Danilo Fantinel e monitorada por Samantha Bonnel. Confira a íntegra:

Pergunta: Qual seria o mote do seu mandato no Senado? O senhor já tem projetos em mente? Em que tipo de projeto o senhor se envolveria desde o princípio?

Batista Conceição: Nós desde o princípio nos envolveríamos em projetos de cunho educacional, pois entendemos que só podemos fazer a transformação da sociedade brasileira a partir da transformação da educação do nosso país. É claro que como senador não podemos ficar restritos a essa questão e temos que pensar em soluções para melhorar a vida dos gaúchos, já que o senador é o representante do Estado. Para tanto buscaremos soluções para questões como segurança, geração de empregos, discussão ambiental com a sociedade, valorização do servidor público, sempre ouvindo atentamente a sociedade gaúcha.

Pergunta: Qual a sua posição em relação à reforma política? O senhor concorda com a convocação de uma assembléia constituinte para tratar do assunto?

Batista Conceição: Nós, desde o princípio, nos envolveríamos em projetos de cunho educacional, pois entendemos que só podemos fazer a transformação da sociedade brasileira a partir da transformação da educação do nosso país. É claro que como senador não posso ficar restrito a essa questão. Temos que pensar em soluções para melhorar a vida das gaúchos, já que o senador é o representante do Estado. Para tanto, buscaremos soluções para questões como segurança, geração de empregos, discussão ambiental com a sociedade, valorização do servidor público, sempre ouvindo atentamente a sociedade gaúcha.

Pergunta de internauta: Qual a sua opinião sobre as cotas de negros nos serviços públicos e nas universidades ?

Batista Conceição: Sou plenamente favorável à adoção de cotas como forma de reparação por tudo aquilo que os negros, especialmente, contribuíram para o desenvolvimento do País. Hoje, os índices apontam que apenas 2% dos negros conseguem concluir o ensino superior. Isso decorre de questões históricas, econômicas, culturais e precisa ser revertido. É claro que em uma sociedade ideal eu seria totalmente contrário às cotas. Porém, percebemos que há uma grande exclusão do negro e do indígena. Pregamos a adoção de cotas por um período pequeno (seis a oito anos), período no qual o Estado possa investir de forma eficaz na educação em qualquer um dos níveis para que não mais seja necessário a adoção de cotas em universidades ou no serviço público. Cabe ressaltar que ontem participamos, na UFRGS, durante o dia inteiro, de um seminário que discutiu a adoção de cotas nesta universidade, que, apesar das experiências bem sucedidas apresentadas pelas universidades UERG, UFPR e UFBA, reluta em adotar as cotas na UFRGS.

Pergunta: De que forma o senhor poderia colaborar no Senado para ajudar na solução de problemas cruciais como a segurança pública, o desemprego e a saúde?

Batista Conceição: Na segurança pública, poderíamos articular para que no orçamento, a exemplo do que acontece com saúde e educação, fosse fixado um percentual destinado à segurança. Hoje, de um modo geral, a sociedade está se sentindo refém dos criminosos, presa atrás de grades e buscando a segurança a qualquer preço. Na saúde, buscando colocar emendas no orçamento que acabem contemplando a população na área da saúde, mas não as emendas apresentadas pelos chamados deputados sanguessugas. A geração de empregos deve mover o trabalho de um senador e este deve ter uma articulação junto ao governo federal e estadual no sentido de formular políticas públicas que priorizem a geração de empregos, hoje o grande problema da nossa sociedade.

Pergunta: Dentre as reformas constitucionais emperradas no Congresso, qual ou quais o senhor considera mais importantes para o país? Como o senhor acredita que isso deva ser encaminhado pela próxima legislatura?

Batista Conceição: É preciso haver uma reforma política, uma reforma penal e o Congresso precisa estar atento ao que pensa a sociedade. Essas reformas são fundamentais para a vida do brasileiro e o Congresso deve ser o grande porta-voz da sociedade.

Pergunta: Como o senhor vê a realização de CPIs para investigar suspeitas contra políticos? Esta é a melhor forma de investigar a corrupção nos poderes legislativo e executivo? Aproveitando a questão, qual a sua posição em relação ao voto secreto nos plenários do Congresso, especialmente em votações de cassações de mandatos?

Batista Conceição: A CPI exerce um papel importante de investigação e, graças a muitas delas, está havendo uma depuração dos maus políticos, sendo isso fruto da democracia. No entanto, a CPI não pode ser considerada como a grande solução para melhorar a nossa cultura política. Além da CPI, o eleitor deve acompanhar e separar os bons e os maus políticos quando da escolha do seu representante. De nada adianta o parlamento fazer um trabalho de depuração e logo após alguns políticos envolvidos ou acusados com provas contundentes de corrupção voltarem a freqüentar o Legislativo legitimados pelo voto popular. Sou favorável a que todas as votações sejam de pleno conhecimento da sociedade, até para que ela saiba como se comporta o seu representante.

Consideração final: Gostaria de pedir á sociedade gaúcha que reflita sobre a necessidade de fazer a renovação política no Estado. Estou me apresentando como candidato que defende a redução do mandato de senador de 8 para 4 anos, como um candidato que vem da parte mais pobre do Estado, a metade Sul, que defende a educação e o sevidor público, que é negro, e que buscará fazer no Senado um trabalho que possa ser considerado de relevância.

 

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