| 20/08/2006 21h38min
Em defesa protocolada ontem no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negou que sua visita à sede do Banco do Brasil, na última quarta-feira, tenha sido um ato de campanha. Segundo informações divulgadas pelo TSE, os advogados de Lula argumentaram que ele visitou o BB como presidente, não pode ser impedido de governar e contestou o uso de notícias de jornais como prova de que ele fez campanha.
A representação contra Lula foi apresentada por um eleitor, que se baseou em notícias de jornais que registraram a visita do presidente à sede do banco. Com o argumento de que não se pode impedir um que o governante governe, os advogados de Lula sustentaram que matérias jornalísticas não podem ser consideradas como provas, indícios ou circunstâncias dos fatos, pois “são instrumentos de formação de opinião, muitas vezes tendencionais e parciais”.
Na prática, a ida de Lula ao BB, quarta-feira passada, ganhou contornos de campanha eleitoral, quando o próprio presidente tivera que intervir e pedir para um funcionário do banco parar de gritar slogans de campanha. Na ocasião, Lula ficou irritado com os gritos iniciais e, com um gesto com a mão, pediu que o funcionário parasse. Lula visitou algumas salas da sede do banco e discursou comemorando o lucro recorde de R$ 3,9 bilhões do BB, registrado no primeiro semestre.
A defesa pede que a representação seja extinta. O caso está sendo analisado pelo ministro do TSE, Marcelo Ribeiro. Os advogados acrescentam ainda que não se tratou de uso do Banco ou de prédio público para beneficiar partido político. E que apenas partidos políticos, coligações, candidatos e o Ministério Público podem ajuizar ações deste tipo na Justiça Eleitoral contra candidatos.
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