| 17/08/2006 07h10min
A bordo de um helicóptero, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Germano Rigotto (PMDB) verão, lado a lado, a área onde em 2007 deve começar a funcionar o primeiro dique seco de grande porte do país. Em terra, como presidente e governador, os dois subirão ao mesmo palanque, montado no porto de Rio Grande, no sul do Estado, para acompanhar a assinatura da ordem de início das obras.
Desde que o governo federal decidiu voltar os investimentos que dedica à frota de plataformas e navios da Petrobras – cerca de US$ 12 bilhões por ano – à indústria nacional, a costura política feita para atrair empresas do setor ao Estado foi intensa. No princípio, o foco era a licitação de petroleiros da estatal, e dois estaleiros demonstraram interesse em se instalar em Rio Grande. Em 2004, se iniciou um longo caminho burocrático, primeiro para liberar áreas, depois conceder incentivos, tornando a oferta atrativa aos investidores.
– Felizmente, Estado e União trabalharam juntos para viabilizar um pólo naval na Metade Sul gaúcha – lembra o secretário de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais, Luis Roberto Ponte, que participou das negociações pelo governo estadual.
Com a desistência dos estaleiros Aker e Rio Grande da licitação, os esforços ficaram concentrados em trazer a construção da plataforma de petróleo P-53, da Petrobras, - que já se iniciou com o consórcio Quip em uma área no Porto Novo - e o interesse em abrigar o dique seco, que vai servir para reparos e construções de outros navios de extração de petróleo e gás.
– O dique será o consolidador do pólo naval – afirma a deputada estadual Mirim Marroni (PT).
Pelo volume de investimentos e empregos que representa para a região menos desenvolvida do Estado, a atracação da indústria naval em solo gaúcho está na pauta de campanha de Lula e Rigotto. Quatro ministros acompanham o presidente na visita: Dilma Rousseff (Casa Civil), Silas Rondeau (Minas e Energia), Paulo Sérgio Passos (Transportes). Rigotto irá a Rio Grande com dois secretários, Ponte e Claudio Dilda, do Meio Ambiente.
Como a área de cerca de 50 hectares demarcada no Superporto para receber o dique seco ainda é apenas uma grande área verde com o canal ao fundo, a solenidade ocorrerá na sede do Quip, no Porto Novo. O helicóptero com Lula e Rigotto deve pousar por volta das 11h no pátio automotivo. A comitiva segue de carro ao local da cerimônia, prevista para durar, no máximo, duas horas. Representantes da Petrobras e da construtora WTorre assinam a ordem de início das obras, que devem começar efetivamente em outubro.
– A matriz econômica da região está mudando. A demanda de matéria-prima vai atrair novas empresas e gerar empregos – calcula o superintendente do porto de Rio Grande, Vidal Áureo Mendonça, o anfitrião da festa.
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