| 16/08/2006 15h25min
O candidato do PSDB à presidência, Geraldo Alckmin, disse hoje que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva cria uma força política reduzida no instante em que se alia à políticos que tiveram os seus nomes envolvidos em denúncias de corrupção. Citando nominalmente os líderes do PMDB, Ney Suassuna (PB), Jader Barbalho (PA) e Newton Cardoso (MG), o tucano disse que o atual governo é um descalabro do ponto de vista ético.
– Eu vejo uma fragilidade política de governo muito grande. E acho que ela pode se agravar no próximo mandato, até porque o PT pode ter a sua bancada muito reduzida. Em política você escolhe os seus companheiros e o seu time. Ele (Lula) é que tem que explicar qual é o seu time – disse Alckmin depois de participar de uma sabatina no jornal O Estado de São Paulo. Diante de resistências dentro do partido em torno de sua candidatura, já que teriam líderes tucanos pouco empenhados em apoiar a sua campanha, Alckmin evitou transferir uma eventual derrota sua nas ruas a divergências internas. – Se o Geraldo Alckmin não se eleger, a responsabilidade é dele e não porque um apoiou mais ou menos – afirmou. Ainda falando de política, Alckmin se disse favorável ao voto facultativo, regime parlamentarista e autonomia do Banco Central. Alvo de críticas em relação à política de segurança pública, o ex-governador de São Paulo criticou a decisão da Justiça para que presos como Marcos William Camacho, o Marcola (sócio da facção que ordena atentados em São Paulo), sejam obrigados a ficar no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) por, no máximo, 12 meses. – A legislação atrapalha a luta contra o crime organizado – disse ele, para quem o comando dessa organização está sob o controle do Estado e os atentados realizados desde maio estão sendo cometidos apenas pelo quarto escalão do crime. Indagado sobre as mortes dos ex-prefeitos petistas de Campinas, Toninho do PT, e de Santo André, Celso Daniel, - ainda não elucidados completamente -, o candidato à presidência do PSDB disse que a polícia atua para solucionar esses dois casos. E fez uma ressalva: – A polícia não tem interesse em acobertar o PT, mas não podemos fazer disso um caráter partidário – disse. Em uma única pergunta durante a sabatina sobre eventuais problemas em sua administração, quando foi citada questões de irregularidades na Nossa Caixa, o candidato saiu pela tangente. – Não houve escândalo nenhum. Foi apenas um erro formal da Nossa Caixa – disse Alckmin, que segue ainda hoje para Betim, em Minas Gerais, onde fará um comício, acompanhado do governador e candidato à reeleição de Minas, Aécio Neves. AGÊNCIA O GLOBOGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2024 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.