| 15/08/2006 22h24min
Membros da oposição cubana disseram hoje que estão convencidos de que o presidente Fidel Castro não voltará a tomar as rédeas do país e que as imagens do líder exibidas em um vídeo provam que seu estado de saúde o impossibilita de exercer suas funções como chefe de Estado. A televisão cubana exibiu na última segunda um vídeo com imagens da visita realizada no domingo pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, a Fidel Castro, um dia após o jornal oficial Juventud Rebelde publicar algumas fotos do presidente de Cuba.
– A primeira impressão está em conformidade com o que nós, pessoas de bem, desejamos: Que o presidente cubano se recupere, mas as imagens sugerem que o presidente pode cessar definitivamente suas funções – disse Manuel Cuesta Morúa, líder do grupo opositor Arco Progressista.
Fidel Castro se recupera de uma operação intestinal que o obrigou a transmitir o poder temporariamente a seu irmão Raúl no dia 31 de julho.
– Apesar de a operação ter transcorrido bem e de ter melhorado, ele deve deixar definitivamente suas funções formais", acrescentou Cuesta Morúa.
Oscar Espinosa Chepe, um dos dissidentes que foi preso em 2003 e que atualmente está de licença por motivos de saúde, declarou que o país vive uma situação inédita.
– Meio século vendo sempre ele sem que ninguém o contraponha, é algo novo e impressiona – afirmou.
Já Martha Beatriz Roque, da Assembléia para Promover a Sociedade Civil, afirmou que se impressionou ao ver Fidel na cama. Ela afirmou que lhe pareceu que o líder cubano estava debilitado e se sentindo mal. Na sua opinião, a intenção do governo foi mostrar ao povo que ele está vivo, e, em segundo lugar, preparar as pessoas para qualquer eventualidade.
Eloy Gutiérrez Menoyo, líder do grupo Mudança Cubana, afirmou que Castro terá um processo de recuperação bastante longo.
– Esta doença deveria servir de reflexão para ele, para que perceba que está sujeito a qualquer eventualidade, o lógico seria que ele constatasse que foi um trabalhador incansável que tem direito a aposentadoria e que seria muito positivo deixar (o posto) para as novas gerações – declarou.
Gutiérrez Menoyo, que lutou ao lado do presidente de Cuba durante a revolução contra o regime de Fulgencio Batista, disse que o sentimento do povo na rua, do segmento majoritário, o mais humilde, é de não desejar mal a ninguém. Mas, segundo Menoyo, eles ao mesmo tempo têm esperança de que possa haver um futuro melhor para seus filhos.
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