No primeiro dia de horário eleitoral gratuito, os candidatos a presidente deixaram os ataques aos adversários de lado e optaram por narrar trechos de sua história e trajetória política. No programa que foi ao ar em cadeia nacional de rádio, às 7h, o passado de retirante nordestino do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à reeleição, foi cantado em ritmo de forró.

– Saiu do campo para a cidade tão menino, um filho do povo, com um grande destino. É o primeiro presidente que tem a cara do povo e tem a alma da gente. É Lula de novo, com a força do povo – diz um trecho da música.

Além de lembrar a época que vendia tapioca e engraxava sapatos, o presidente ressaltou os resultados alcançado durante os 44 meses de governo. Programas como Bolsa Família, Brasil Alfabetizado e Pro-Uni foram destacados.

– Conseguimos combinar desenvolvimento econômico com justiça social. Conseguimos mostrar que é possível garantir estabilidade, crescimento e distribuição de renda – disse Lula.

O programa de rádio seguiu a mesma linha do primeiro debate dos candidatos na TV. Um debate morno em que prevaleceu o clima amistoso, onde todos aproveitaram para repetir promessas feitas em entrevistas anteriores.

Com o slogan "Por um Brasil honesto e competente, Geraldo presidente", o candidato tucano, Geraldo Alckmin, fez um programa didático e respondeu a perguntas dos eleitores. Se apresentou apenas como Geraldo, um homem simples, e narrou uma vida de trabalho para ajudar no sustento da família.

Indagado por um eleitor sobre o que achava do programa Bolsa Família, Alckmin respondeu, com uma leve crítica à gestão petista:

– Vamos ampliar e melhorar o Bolsa Família, uma idéia implantada pelo nosso partido e que depois mudou de nome. Mas só o Bolsa Família é pouco. Tem que ter oportunidade de emprego.

O candidato do PDT, Cristovam Buarque, não fugiu de sua principal proposta de governo: a educação.

– Getúlio entrou para a história como presidente do trabalho, Juscelino, o presidente do desenvolvimento. Está na hora do Brasil eleger o presidente da educação. E eu estou pronto para este desafio – afirmou.

AGÊNCIA O GLOBO