A França considera prematura a reunião convocada para amanhã na ONU sobre uma força internacional no Líbano, disse hoje um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da França.

Paris considera que "não há condições para o posicionamento de uma força multinacional e que essa reunião é, portanto, prematura", disse o porta-voz francês.

A reunião tinha sido convocada inicialmente para segunda-feira passada e a França já havia anunciado, desde então, que não participaria do encontro por considerá-lo prematuro.

O porta-voz francês lembrou hoje que na proposta de resolução que apresentou, que é contra a posição dos Estados Unidos e de Israel, Paris exige o fim das hostilidades e um acordo político como condição prévia ao posicionamento de uma força internacional.

– A França não deseja entrar em uma engrenagem que leve à existência de uma força sem acordo político prévio –, disse há alguns dias o ministro das Relações Exteriores francês, Philippe Douste-Blazy, ao jornal Le Monde.

Fontes diplomáticas disseram ao jornal que uma reunião prematura sobre a força na ONU poderia "reforçar a posição dos Estados Unidos", que defende o rápido envio da força.

O porta-voz de Exteriores insistiu em que a prioridade agora é discutir seu projeto de resolução, que "definiria o marco jurídico indispensável para o posicionamento de uma força internacional no Líbano, assim como o tempo que ficaria neste país".

Ao anunciar ontem a convocação da reunião com países que poderiam enviar tropas à força, um porta-voz da ONU disse que era um encontro "técnico e logístico", e que haverá o estudo dos "diferentes cenários e será avaliado o que a atual situação no Líbano requer".

Israel lançou hoje uma operação terrestre na cidade de Baalbek, no leste do Líbano e perto da fronteira com a Síria, enquanto se intensificavam os combates no sul. A milícia xiita libanesa do Hezbollah, por sua vez, voltou a atacar o norte israelense com foguetes.

AGÊNCIA EFE