O presidente Luiz Inácio Lula da Silva procurou minimizar o impacto político da decisão do ex-presidente Itamar Franco, que declarou apoio ao tucano Geraldo Alckmin. Lula afirmou não se sentir ofendido com a posição de Itamar, argumentando que, depois dos 75 anos, as pessoas precisam ter liberdade para fazer suas escolhas. Em tom de ironia, Lula disse esperar que Itamar tenha acertado na decisão.

– Primeiro, eu não comento uma posição de um ex-presidente. Quando passam dos 75 anos, as pessoas têm de ter o mínimo de liberdade de fazer suas opções. Não sou eu que vou fazer julgamento. O que eu acho é que o Brasil é um país livre e 180 milhões de brasileiros podem torcer para o Corinthians ou Palmeiras, ou Flamengo ou Vasco, sem que isso seja ofensivo a qualquer pessoa – disse Lula

O presidente acrescentou que só deseja a Itamar "acerto na sua decisão". Perguntado se o fato significaria uma perda importante para sua campanha, Lula respondeu:

– Não, porque não o procurei. Ele não tinha porque me apoiar, se não o procurei.

Lula desvinculou o apoio político do fato de Itamar ter sido embaixador brasileiro na Itália, no início de seu governo. O presidente afirmou que Itamar foi embaixador do governo, não seu, e que cumpriu as suas funções na Embaixada Brasileira na Itália. O reflexo da decisão de Itamar, na avaliação do presidente, será medido no decorrer da campanha eleitoral:

– Agora, essas coisas, temos dois meses de campanha, vamos ver, vamos levar o barco para frente – disse Lula, que está no Peru para a posse do novo presidente, Alan García.

AGÊNCIA O GLOBO