| 23/07/2006 20h22min
Por medida de segurança, o roteiro do comboio de dez ônibus que transportarão amanhã e terça cerca de mil brasileiros do Vale da Bekaa, no Líbano, para Damasco, na Síria, teve que ser mudado. A viagem será feita pelo lado norte do Líbano, em vez de passar pela fronteira oriental. Com isso, o tempo para sair da zona de conflito, que antes era de cerca de uma hora e meia, passa a ser de 14 horas.
Em entrevista coletiva no Itamaraty, o embaixador Everton Vargas, coordenador do grupo de apoio para o resgate de brasileiros do Líbano, explicou que a medida foi tomada, depois de uma "intensa" negociação com as autoridades militares israelenses.
– O governo brasileiro, obviamente, tem como primeira questão nessa operação, a segurança dos seus cidadãos. Nós não podemos em momento algum transigir, porque estamos lidando com as vidas das pessoas. Qualquer incidente pode ter conseqüências trágicas. É isso que queremos evitar – afirmou.
O embaixador também informou que a companhia aérea TAM fará dois vôos para trazer de volta ao país brasileiros que estão na área de conflito entre Israel e Líbano.
Ainda de acordo com Everton Vargas, o número de brasileiros que precisam de ajuda pode ser maior do que a estimativa atual de 1.500 a 1.600 pessoas. Segundo ele, é impossível fazer esse levantamento agora.
– O governo não poupará esforços para retirar os cidadãos brasileiros que ainda estão na região de conflito entre Israel e Líbano, no Oriente Médio. Não há qualquer restrição financeira para que a retirada seja feita com sucesso. Eu sei que o senhor presidente da República está pessoalmente preocupado com a situação dos brasileiros e dará todo o respaldo que for necessário para isso, para a retirada deles com segurança de lá – afirmou o diplomata.
Segundo Vargas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está acompanhando "atentamente" a evolução da operação.
– O presidente Lula, conversou hoje com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, para obter mais informações sobre a retirada dos brasileiros – informou.
O embaixador informou que Celso Amorim, que participa em Genebra (Suíça) das negociações da Rodada de Doha, na Organização Mundial do Comércio (OMC), telefonou hoje, para o chanceler da Síria, para agradecer a colaboração do governo sírio com o Brasil, na zona de conflito.
Os ataques de Israel ao Líbano, com o objetivo de atingir bases do grupo armado Hezbollah, começaram há quase duas semanas e já mataram centenas de pessoas, a maior parte civis, segundo as autoridades libanesas.
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