| 19/07/2006 19h33min
O vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Sanguessugas, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), sugeriu que todos os parlamentares suspeitos de envolvimento com a máfia das ambulâncias se afastem dos cargos que ocupam nas comissões e em outros órgãos da Câmara até o fim das investigações. Ele citou o exemplo dos dois secretários da Mesa Diretora da Casa que se afastaram das reuniões do colegiado.
Segundo Jungmann, todos os parlamentares incluídos na lista de suspeitos divulgada nesta terça-feira pela comissão receberam algum benefício financeiro do esquema. Ele disse que os pagamentos foram feitos de três formas: um pequeno grupo recebeu o dinheiro diretamente na conta bancária, outro mais numeroso o fez por meio de funcionários ou familiares, e o último foi pago em dinheiro vivo.
Ao traçar o perfil dos 57 parlamentares acusados de envolvimento com as fraudes, Jungmann disse que 95% deles pertencem ao grupo conhecido como baixo clero.
– São aqueles que estão mais acostumados a servir à própria comunidade e não têm preocupação ideológica ou programática – explicou.
Entre esses políticos, ainda segundo Jungmann, há um grande percentual de evangélicos e de parlamentares do Rio de Janeiro.
– Alguns deles teriam auferido lucros entre R$ 2 mil e R$ 4 mil por cada ambulância vendida irregularmente – acrescentou.
O deputado disse ainda que, de acordo com as investigações da CPI, a Planam deve ter sido a primeira empresa no Brasil a se organizar especificamente para promover a corrupção no Orçamento.
– A Planam é a corrupção SA – afirmou.
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