| 18/07/2006 17h32min
O juiz Luiz Roberto Ayoub, que preside o processo de recuperação judicial da Varig, anulou hoje os votos de algumas empresas de leasing (aluguel) ligadas à General Electric Capital Services (Geca). Ontem, essas empresas votaram contra a alteração da proposta de recuperação da companhia aérea, durante a assembléia de credores da Varig.
Segundo o presidente da companhia aérea, Marcelo Bottini, a desisão dessas empresas poderia levar a Varig à falência.
Com a decisão de Ayoub, fica transferido para a próxima quinta, dia 20, o leilão da companhia. O pedido de anulação foi feito pela Varig, pela VarigLog, pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas, pelo Sindicato Nacional dos Aeroviários de Guarulhos, pelo Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre e de Pernambuco.
O fato de o maior credor, que é o fundo de pensão dos trabalhadores da Varig, o Aerus, ter votado a favor da proposta de alteração do plano de recuperação judicial pode ter contribuído para a decisão favorável da Justiça. A Varig deve ao Aerus, em valores corrigidos, cerca de R$ 2,5 bilhões.
Segundo revelou o advogado da VarigLog, Leonardo Viveiros de Castro, além dos US$ 20 milhões que a empresa vem injetando para fluxo de caixa na Varig, a ex-subsidiária estaria disposta a desembolsar no dia seguinte ao leilão US$ 75 milhões, depositando quantia de igual valor 30 dias após o pregão.
Incluindo o programa Smiles, transportes a executar (passagens já emitidas e não realizadas) e as chamadas obrigações acessórias, como debêntures para pagamento de parte da dívida junto a trabalhadores e o fundo Aerus, os desembolsos previstos pela VarigLog somariam cerca de R$ 500 milhões. Além disso, existe o comprometimento da empresa de investir, ao longo do plano de negócios, mais US$ 485 milhões na nova Varig.
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