Portugal pode não ter se classificado para a final da Copa do Mundo, mas os gaúchos estão orgulhosos de Luis Felipe Scolari. Nesta quarta, centenas de pessoas, lideradas por ilustres amigos do técnico, se reuniram na Casa de Portugal, em Porto Alegre, para acompanhar a derrota de 1 a 0 para a França. As informações são do site GloboEsporte.com.

Balões do Brasil com bandeiras lusitanas sobrepostas coloriam o teto do local. Todas as mesas estavam lotadas, e outras dezenas de pessoas se aglomeravam em pé. Garçons sofriam para conseguir atravessar os corredores sem derrubar as bandejas com bolinhos de bacalhau e vinhos.

Em frente à tela encontravam-se os Amigos do Felipão, que usavam camisetas personalizadas semelhantes à da seleção portuguesa. Entre os mais conhecidos, o técnico Valmir Louruz, os ex-jogadores do Grêmio, Aírton Pavilhão e Raul, e também colorados como o ex-goleiro Ademir Maria e o ex-presidente Fernando Miranda.

Quando Felipão aparecia, dando suas orientações através das típicas gesticulações, todos vibravam. O aposentado Ronaldo Duarte se admirava com a animação que contagiava o salão.

– Estive com um grupo de alemães assistindo à outra semifinal – derrota da Alemanha para a Itália por 2 a 0, terça – e não dá para comparar. O pessoal aqui assumiu o sangue lusitano. Mesmo de longe, esse calor vai empurrar Portugal à vitória.

O gol de Zidane silenciou a torcida por um breve momento, mas ninguém demonstrava desânimo. O apoio ao célebre amigo era total.

– Se fosse outro técnico, acho que a partida estava perdida. Mas o Felipão tem alma, vai mexer com os jogadores no intervalo para conseguir a virada – acreditava Valmir Louruz durante o intervalo.

O segundo tempo veio, a França se encolhia na defesa e o gol não acontecia. Aos poucos, o nervosismo tomou conta da Casa de Portugal. A gritaria era geral quando algum português caía na área, e nos últimos minutos todos batiam palmas como forma de incentivo.

Apesar do esforço de Portugal e dos torcedores em Porto Alegre, a França segurou o 1 a 0 e vai à final da Copa. Felipão teve seu nome gritado. O orgulho pelo treinador gaúcho estava estampado. Enquanto alguns se abraçavam, se consolando, Sérigo Gomes, cujo pai nasceu em Portugal, escorava-se num canto, mordendo os lábios para conter as lágrimas.

– O juiz nos roubou, o Cristiano Ronaldo sofreu um pênalti no primeiro tempo. O time fez o que pôde, o Felipão também. É muito triste ver um sonho escapar das mãos faltando tão pouco – resume o triste torcedor.