| 04/07/2006 15h44min
Com dois novos vôos encorpando a oferta na freqüência São Paulo-Paris que entram em operação em novembro, a Air France chega ao limite de sua cota de vôos para o Brasil, dentro do acordo de bilateralidade assinado pelas autoridades governamentais e aeronáuticas dos dois países.
Com taxas de ocupação média para o Brasil a 83,2% (em maio), a empresa em novembro ampliou sua oferta total nas rotas de São para o Brasil em quase 50%. Além dos novos vôos, operados com Airbus 330, ela estará substituindo os atuais Boeing 777-200 com capacidade para 270 passageiros pelos 7770-300, que são aviões maiores e transportam até 345 passageiros, totalizando 12 vôos semanais a partir de São Paulo.
– Nossa ambição é ter dois vôos diários entre São Paulo e Paris, mas, com estes dois novos vôos de São Paulo já estaremos usando a totalidade do acordo. E a Anac tem sido prudente nestes casos. A posição que temos é que estão aguardando um pouco até que se clarifique a situação da Varig – disse a diretora-geral do grupo Air France-KLM no Brasil, Isabelle Birem.
A Anac mantém sua posição de cautela com relação a redistribuição de linhas e aguarda uma definição da situação da Varig, que luta por sua sobrevivência em meio a um processo de recuperação judicial. De acordo com técnicos consultados, a agência considera que haja uma tendência de a Varig se normalizar no mercado, retomando suas linhas internacionais, e que, por isso, não vê no momento a necessidade de permitir concessões temporárias.
A executiva do grupo, que atualmente é o maior da Europa e o primeiro em faturamento no mundo, reiterou o interesse em ampliar ainda mais a oferta para o Brasil, mesmo que fosse para uma concessão temporária:
– Se as autoridades brasileiras permitirem, gostaríamos de aumentar os vôos mesmo que fosse uma concessão temporária. No entanto, para uma empresa como a Air France, espera-se que uma concessão temporária dure por, no mínimo, uma temporada – acrescentou a executiva, durante o evento de apresentação do novo diretor do Rio de Janeiro, Norte e Nordeste Jean-Louis Prades.
Em meio à temporada de férias e aumento na procura de bilhetes durante o período da Copa do Mundo na Alemanha, Birem lamentava não ter podido atender à procura gerada com a retração da oferta, com a suspensão dos vôos para Paris da Varig.
– Com tantas pessoas viajando pela Copa do Mundo, o período de férias na Europa, estamos lotados. E os vôos do Rio estão ainda mais lotados que os de São Paulo. Não poderíamos atender às expectativas – disse Birem.
Mesmo com taxas de ocupação elevadas, Prades, o novo diretor de vendas da empresa que deixa Xangai para trabalhar no escritório central do grupo no Brasil, no Rio de Janeiro, avalia que ainda haja espaço para crescer as vendas no mercado brasileiro:
– Os vôos estão cheios, mas não estão lotados. O melhor seria lutar para conseguir mais vôos, porém, ainda há espaço para aumentar as taxas de ocupação. Vamos trabalhar com foco no cliente das classes executivas e primeira e, na econômica, no viajante individual. É a nossa escolha quando não há assentos disponíveis – avaliou o novo diretor de vendas.
Jean-Louis Prades, ex-diretor do escritório da Air France em Xangai, substitui Sylvie Caudrillier, que desde agosto de 2003 ocupava o posto de diretora de vendas, e agora volta a Paris para cuidar de todas as salas VIP do grupo Air France- KLM no Aeroporto Roissy-Charles de Gaulle.
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