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 | 28/06/2006 11h08min

Israel isola o sul de Gaza e ANP pede intervenção internacional

Operação israelense tem por objetivo localizar soldado seqüestrado

A operação militar lançada por Israel hoje na Faixa de Gaza pretende isolar o sul da região, onde pode estar localizado o cativeiro do soldado israelense Guilad Shalit, seqüestrado no domingo. Diante da ofensiva militar, os palestinos pedem a intervenção internacional para interromper a operação.

Fontes militares indicaram que as tropas entraram três quilômetros em território palestino no sul da faixa, sem detalhar se as forças israelenses avançarão mais nas próximas horas. Segundo um comunicado do Exército, "forças militares entraram durante a noite e tomaram posições na região de Dahaniya, no sudeste da Faixa de Gaza".

Trata-se de uma região estratégica com poucos habitantes, entre a cidade de Rafah e a fronteira com Israel. Dahaniya fica sobre uma colina de onde é possível controlar todo o sul da região mediterrânea, além do aeroporto Yasser Arafat, destruído por Israel há seis anos.

O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, declarou hoje, em ato público, que seu Governo "não tem intenções de reconquistar a Faixa de Gaza". Durante uma entrega de prêmios a artistas e cientistas, Olmert disse que a operação, chamada Chuvas de Verão, "continuará nos próximos dias", mas destacou que Israel não voltará a ocupar este território permanentemente.

O ministro de Infra-estruturas e ex-titular de Defesa, Benjamin Ben-Eliezer, se manifestou no mesmo sentido ao dizer à rádio pública que "Israel só quer que devolvam seu soldado".

As Forças Armadas israelenses conquistaram a Faixa de Gaza durante a "Guerra dos Seis Dias" em 1967, e deixaram o território em 12 de setembro de 2005 depois de retirar mais de oito mil colonos judeus da região.

A incursão terrestre, que até agora não deixou vítimas (uma menina e um homem morreram, mas até agora não se sabe motivo), começou depois do bombardeio de alvos civis em toda a Faixa, como a destruição de três pontes que ligam o norte e o sul do território, um encanamento de abastecimento de água, e de uma estação elétrica.

Fontes palestinas estimam que dois terços dos habitantes da Faixa Gaza estão sem eletricidade e advertiram que os geradores particulares deixarão de funcionar assim que acabar a gasolina. Os planos de guerra israelenses incluem o isolamento da Faixa e o fechamento da passagem de Karni, principal ponto de abastecimento.

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, condenou a invasão militar israelense, que qualificou como um "castigo coletivo" e um "crime humanitário". Em sua residência na Cidade de Gaza, Abbas pediu aos EUA e outros do Quarteto de Madri - a União Européia (UE), Rússia e a ONU - que tomem providências para que Israel retire suas tropas do território autônomo.

Fontes do governo israelense afirmam que a operação militar, que se encontra em sua "primeira etapa", será interrompida se o soldado Gilad Shalit, de 19 anos, for libertado.

Olmert acusa Abbas e seu primeiro-ministro, Ismail Haniyeh, do Movimento Islâmico Hamas, de serem os "responsáveis" pelo seqüestro, e assegurou que não negociará a liberdade de Shalit em troca da de prisioneiros palestinos.

O primeiro-ministro israelense também atribuiu a responsabilidade do seqüestro a "fatores terroristas" na Síria, em alusão ao líder do Hamas Haled Mashal, exilado em Damasco e qualificado pelo vice-primeiro-ministro Shimon Peres como um "criminoso de guerra". O chefe do governo israelense disse que as Forças Armadas "não duvidarão em adotar medidas extremas para devolver o soldado refém a seu lar"

AGÊNCIA EFE
 

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